quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

Manual de procedimentos - como passar o tempo num casamento

Todos atravessamos a fase em que todos os nossos amigos e primos decidem casar - dura 3 a 4 anos no pico (+ de 5 casamentos/ano) e depois abranda.

É uma fase dura, com muitos fins de semana cheios de sol e a prometerem praia, estragados.

A parte dura - a cerimónia na igreja - pode ser suavizada com algumas medidas simples:

Esmurrar a caixa de esmolas - escolher um lugar junto à caixa de esmolas, e aproveitando o coro de "Oremos ao Senhor", esmurrar a caixa violentamente. Se sair jackpot, pagar cervejas aos amigos à saída da Igreja.

Fazer a onda - alinhar os amigos todos em 2 filas na Igreja, e após cada sim dos nubentes, fazer a onda acompanhada de um grito colectivo de "Aleluia". Desentorpece as pernas e anima a cerimónia.

Executar cânticos russos - embora os padres sejam habitualmente pessoas pouco ecléticas, e portanto pouco receptivas a inovações como folclore russo nas igrejas portuguesas, é sempre um acto pujante cantar em coro - durante o beijo nupcial - esse clássico russo que é o "Vai lá ka líiinguaa, ka líiinguaa, ka líiinguaa; Vai lá ka líiinguaa, ka líiinguaa, ka líiinguaa!".

Música clássica - se o casamento tiver uma parte de cânticos religiosos, tirar à sorte (entre os amigos) alguém para interpretar a solo o "Ave Maria" de Schubert. O mais provável é sair dali uma dose de cantoria esganiçada, de levar às lágrimas meia igreja, seja de riso ou de dor de ouvidos.

Contagens - se tudo o resto falhar, procurar algo mais interessante para fazer do que ouvir a cerimónia, como por exemplo contar os azulejos ou os vitrais. É sempre útil, como icebraker, dizer que a Igreja de Sta. Qualquercoisa tem 27 vitrais e mais de 600 azulejos... bem, quase sempre.

Nota final, só para gajos solteiros: passar a cerimónia a procurar as gajas com o melhor decote e aparentemente disponíveis - ajuda a determinar as melhores mesas no respasto pós-fotos.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

Mas como... COMO????

O mail da Fátima anda ao rubro. Diariamente recebemos mails que nos dão um trabalho imensurável a organizar. Ninguém imagina o que é receber 20 mails por dia para aumentar o pénis, hipotecar a casa ou ter acesso a receitas médicas, e ter que analisá-los cuidadosamente se deverão ir para o lixo, ou para os nossos mails privados.
Efectivamente, continuo muito curioso sobre essa história de aumentar o pénis. Mas que raios vem ser aquilo? Huuummm???? Que modernice é esta? É que os gajos não dizem, não senhor, pelo que um tipo se vê forçado a um exercício mental para pensar no processo. Será que o Kit de aumentar o pénis consiste num fio de nylon, um osso de borracha, e um Rotweiller? Atamos o fio ao dito e ao cão, atiramos o osso e, desafiando todas as leis da física, ficamos com um portentoso equipamento? Bizarro no mínimo… Mas, será um spray ao nível do famoso GLH (quem não se lembra do spray GLH, destinado a dar ideia de uma farta cabeleira, mítico produto dos primórdios da TV Shop em Portugal, que com apenas umas borrifadelas transformávamos o mais careca dos carecas num James Brown invejável)? Umas borrifadelas no pénis cobrindo toda a área útil, e elas nem vão notar a diferença (não que me pareça particularmente excitante andar com o James Brown entre as pernas)?? Será mesmo que esse tal de kit não é na realidade uma tromba de elefante bebé (existe uma anedota sobre isto) que após implementada, para além de nos tornar no John Holmes lá do bairro, nos vai dar mais mobilidade em ir apanhar uns amendoins e a cerveja enquanto estamos a ver a bola na T.V.???

Co’a breca senhores. Parem lá com a publicidade estúpida. Estamos fartos de publicidade para qualquer lado que olhemos

Este post teve o patrocínio de: “Perucas Quarto Segredo – Para que a sua cabeça não meta medo”

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

Carlos Cruzeta* - os diários da prisão 2

* O nome de Carlos Cruz foi alterado para garantir o seu anonimato

Lisboa, dia p+14

Tenho evitado os chuveiros da prisão, com medo que me escorregue o sabonete... há muita gente a fazer ameaças.
Tomo banho na água que trago na bica do café. É pouca mas dá para as partes íntimas.

A Ramela visitou-me hoje. Disse que a TVI já não está lá fora. Demorou-se pouco porque o Já Fermentas tinha o carro mal estacionado à porta da prisão. Mas porque é que este gajo anda sempre em cima da minha mulher? Ainda mudo de advogado!

Fiz um requerimento ao Director da prisão. Pedi um rato e algumas pulgas - gostava de montar um pequeno número de circo, como vi num filme na televisão, para ver se ocupo o tempo. Vamos ver. Talvez seja aprovado.

Ontem no DIAP voltaram a fazer piadinhas. "Sr. Cruzeta, troque lá isso por miúdos... ", engraçadinhos! E riem-se, os parvos. Se me apanho fora daqui, faço-lhes como o pretalhão no Pulp Fiction, que disse "I'll go medieval on your ass!!". Nota mental - pedir à Ramela para comprar um maçarico de acetileno...

E continuo preso. Mais um dia. Kafkiano. Muito kafkiano...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Carlos Cruzeta* - os diários da prisão

*O nome de Carlos Cruz foi alterado para garantir o seu anonimato

Lisboa, dia n+3

Faz 3 meses que saiu o Paulo Pedregoso (o nome de Paulo Pedroso foi alterado para garantir o seu anonimato). Tenho saudades dele, de trocar uns bilhetes anónimos. E eu, quando sairei?

Hoje comi miúdos de frango pela 3ª vez esta semana. Ainda não percebi se é piada da cozinheira, ou se têm legitima pena de mim.

Mais uma vez, o Ricardo Já Fermentas (o nome de Ricardo Sá Fernandes foi alterado para garantir o seu anonimato) disse que falou com a minha mulher. Que raio. O gajo fala muito com a minha mulher. Tenho de tirar isto a limpo com a Ramela (o nome de Raquel Cruz foi alterado para garantir o seu anonimato).

Fui ao DIAP mais uma vez. O Juiz continua com as mesmas perguntas parvas, e já não sei o que dizer. Aproveitei, e palitei os dentes - ele é cada bocado de carne entre os caninos e os molares!
Apesar de eu dizer que a minha mulher sempre me acompanhou para todo o lado, o Juiz continua a insinuar que ela não conhece Elvas. Que conversa parva. Repeti-lhe pela enésima vez: "Oiça, conheço a minha mulher intimamente desde os seus 11 anos, e nunca a vi mentir!". Mas não - ninguém acredita. Assim, como é que um tipo de defende?

Isto é kafkiano. Vou dormir, e talvez acorde em casa.

Manual de procedimentos – Como passar o tempo no trânsito

Quem tem o azar de viver em grandes cidades já se habituou a passar parte dos seus dias enclausurado em bichas (e não é em experiências homossexuais sado-maso, é mesmo no trânsito) sem saber muito bem o que fazer. Uma vez que, contabilizadas ao fim do ano, as horas gastas neste mal necessário dão resultados assustadores, no âmbito da vertente de utilidade pública do Quarto Segredo, vimos aqui fazer com base numa amostragem bastante considerável recolhida esta manhã, um compêndio de actividades possíveis:
- Dançar freneticamente – O espécimen feminino que conduzia um Lancia Y10 fez do seu carro uma verdadeira pista de dança. Agitava-se, bamboleava-se, cantava e punha em prática as suas melhores coreografias possíveis num habitáculo. Chegou quase, e vejam bem a loucura, a esticar dois braços em simultâneo, o que num Y10 é obra. Nem o facto de eu estar com um ar estupefacto a olhar para ela a demoveu de executar os seus passos (neste caso, abananços) mais famosos.
- Olhar vegetativamente para o prédio ao lado – é uma tarefa difícil e que consiste em, com um ar de repolho anafado©, fixar uma janela ou uma porta num prédio ao lado do veículo. Esta performance é famosa pelo seu carácter relaxante e hipnótico, não só para o praticante como para as pessoas que lhe estão próximas. Quem nunca deu por sim a olhar fixamente para o caramelo do lado, que por sua vez está com ar de parvo a olhar para o prédio oposto?
- Proceder a uma limpeza minuciosa do nariz – Muitas vezes olhamos para o veículo do lado e deparamo-nos com o fabuloso espectáculo do misterioso desaparecimento do dedo indicador. Assim que nos damos conta que tem que claramente ser um truque, reparamos que na realidade o artista está esconder o indicador numa das narinas e, num brilhante movimento feérico (como eu gosto desta palavra), saca de dentro do nariz um valente gorila. Para praticar este truque mágico é necessário alguma destreza, pelo que os passos seguintes devem ser seguidos:
1 – Escolher um dos indicadores disponíveis, de preferência o que tiver a unha maior (nota: existe a versão romena deste acto que é realizada com o polegar, sendo no entanto mais limitativa);
2 – Introduzir o dedo numa narina e rodá-lo por todo o perímetro;
3 – Assim que se identificar uma das presas, agarrá-la com a unha e puxar a mesma para fora, tal qual molar num dentista;
4 – Olhar para ela no dedo, admirá-la, senti-la, e se for caso disso sentir-se orgulhoso do resultado;
5 – Para finalizar, e é o momento em que se ouve os tambores a rufar, dar um fim ao produto retirado. Alguns preferem abrir o vidro e dar-lhe liberdade, outros preferem comê-los (bbbblllllaaarrrrrgghghhhh), e outros colocam a mão para baixo e fazem-nos desaparecer (uma vez que não quero acreditar que os mandam para o tapete ou os limpam no assento, vou acreditar que na realidade têm um saquinho que é despejado quando estiver cheio).
- Apitar nos semáforos – é sem dúvida a prática mais entusiasmante, e consiste em apitar sempre que um semáforo ficar verde, mesmo que não seja o da faixa onde se encontra o condutor. Como adição ao divertimento, ao buzinar pode-se olhar para trás ou para os lados, incriminando assim uma série de gente e criando uma rede de ódios no meio do trânsito. Do mais divertido que existe.
- Ler o jornal – Sim, hoje vinha um senhor a conduzir e a ler o jornal. Medo, muito medo…

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

Mas, está tudo doido?

Os leitores assíduos do Quarto Segredo já repararam que por vezes analisamos as pesquisas que alguns visitantes realizaram na net e que graças a elas vieram parar aqui a esta vossa casa (para mais informações, analisar as estatísticas do nedstat). Das últimas analisadas, gostaria de destacar:

- Pesquisado no google.br: “quem foram os povos sanitas” – fiquei chocado. Mas então, as sanitas que usamos hoje em dia já foram povos de civilizações de outrora? Estão portanto a querer dizer-me que todos os dias me sento num fóssil de um ser do antigamente? Irá o Professor Galopim de Carvalho estudar as pegadas das sanitas na pedreira do Galinha, lá para os lados da Serra dos Candeeiros?

- Pesquisado no google.br: “site porno espirito santo” – é revelado portanto o terceiro segredo de Fátima (atenção, não é o quarto). Num momento de aflição causado pelo buraco financeiro do Vaticano, o clero abre ao público o seu site porno conduzindo assim milhares de fiéis a imagens das mais sensuais freiras. Existe ainda a possibilidade de comprar on-line arte sacra de santas nuas e de fazer download de missas eróticas (em Mp3 ou RealAudio).

- Pesquisado no google.pt: “engolir nhanha” – e aqui meus amigos, qual seria a ideia? Alguém que anda constipado e durante um dia sem lenços esteve constantemente a fungar, engolindo assim gramas e gramas de ranho viscoso, e procura agora saber quais as possíveis implicações? Ou alguma moçoila mais incauta que, no desespero de não receber nenhuma resposta da revista Maria, procura apurar se pode engravidar pelo facto de ter levado ao extremo uma brincadeirinha com o namorado? E será que ela encontrou o que procurava, ou ficou-se mesmo aqui pelo Quarto Segredo pondo de parte as agruras da vida?

- Pesquisado no google.pt: “IMAGENS DE PEIDAS” – sim, assim mesmo, em maiúsculas e com todas as letras. Mas quem pesquisa por isto acredita mesmo que existem sites com links para imagens de peidas, ou acha que na realidade o google é uma entidade racional e tentou assim explicar-lhe o que procurava, estilo: “Oh Google, o que me apetecia mesmo ver era, hummmmm, ahhhh… JÁ SEI… UMAS IMAGENS DE PEIDAS!!!!”.

- Pesquisado no google.br: “Algumas imagens de estatuas de algumas pessoas famosas” – Esta é de outro(a) que também deve achar que o google está ali para nos ouvir e para nos servir. Deve ter sido do género: “Oh Google, dá-me aí algumas imagens de estátuas, e algumas delas podem ser de pessoas famosas, ou não, enfim, vê lá o que é que consegues arranjar… prontos…o que eu preciso mesmo é de algumas imagens de estátuas de algumas pessoas famosas”.

Mantivemos ainda a média de pesquisas por "portuguesas famosas nuas", "pitas portuguesas nuas", "gajas boas nuas" e ainda algumas das minhas favoritas, as por "ratas peludas" e "ratas nuas". A pontuar de vez em quando estão ainda as pesquisas por "fotos marisa cruz nua", mas aí Marisa e se me estás a ler, quando um dia quiseres dar uma alegria a todos estes pobres viandantes que por aqui pernoitam à espera de te ver desprovida de roupas, dá uma apitadela aqui a estes teus amigos de modo a providenciarmos algumas fotos.

Voltamos a lançar o apelo de, caso algum dos criativos que tenha feito uma destas pesquisas volte a passar aqui, para nos explicar se tem algum algoritmo de pesquisa específico que a malta desconheça, ou pura e simplesmente dizer o que é que lhe estava a passar pela cabeça naquele momento.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

Feérico, esse portento que bem se poderia chamar Américo

Antes de mais não liguem ao título, que pouco tem a ver com o post, mas parti-me a rir quando me lembrei dele (enfim, caprichos).

Reza a história que, quando alguém acaba o curso, começa a mandar currículos para ingressar no mundo do trabalho. Vai daí, para além de serem contemplados os diversos anúncios, uns currículos distribuídos por amigos, conhecidos, amigos dos conhecidos, merceeiros, motoristas de autocarros, octagenários a jogar à sueca no jardim do Campo Grande são parte do processo, proclamando desta forma o recém licenciado a sua palavra. Maneiras que, um belo dia num escritório muito muito distante, este humilde pastorinho recebe um currículo de um conhecido de um amigo de um amigo. Este currículo vinha acompanhado de uma carta de apresentação que considero qualquer coisa de extraordinária. Meus amigos, mais uma vez lembro-vos que é uma carta real e que não tentem isto em casa, correndo o risco de nunca na vida arranjar emprego:

"È de forma excelsa e magnificente que me subscrevo a Vossa Excelência, tendo como principais e primordiais objectivos a disposição inteira e pormenorizada dos meus dados pessoais, de forma a que seja facilitada a Vossa Excelência a procura de elementos que integrem a sua equipa.

Um dos meus outros objectivos diz respeito à minha inclusão rápida e eficaz no mercado de trabalho(numa espécie de estágio profissional, ou trabalho efectivo), tendo escolhido para isso um grupo com capacidade brutal de performance nos mais diversos indicadores, o qual possui elementos símiles às capacidades que eu considero como feéricas para vencer todos os desafios do mercado.

Por tal, espero que considere a minha mais humilde e subtil proposta.

Sem mais, me despeço,

(...)
"

Fantástico. Um génio, iluminado pela vida e por uma veia artística crítica. Parece que o estou a imaginar, sentado à frente do computador, um whisky numa mão e um charro na outra, dicionário ao canto da mesa, e após um processo de, como exprimir-me melhor... diarreia mental, produzir este belo texto. Gosto particularmente de:
- Iniciar a carta com "È de forma excelsa e magnificente que me subscrevo a Vossa Excelência" para a terminar com "Por tal, espero que considere a minha mais humilde e subtil proposta". Humilde???? Valha-me a Fátima. E subtil??? Sim, mal se deu por ele;
- "(...)tendo como principais e primordiais objectivos a disposição inteira e pormenorizada dos meus dados pessoais, de forma a que seja facilitada a Vossa Excelência a procura de elementos que integrem a sua equipa". Sim, pois claro, o facto de ficar empregado é um nice to have pois o que ele quer mesmo é safar o coitado do patrão da inglória tarefa de constituir uma equipa.
- Dizer explicitamente que "(...) diz respeito à minha inclusão rápida e eficaz no mercado de trabalho(numa espécie de estágio profissional, ou trabalho efectivo)"... estágio, trabalho efectivo, tirar fotocópias, part-time, uma coisa qualquer... a malta não é esquisita.
- "tendo escolhido para isso um grupo com capacidade brutal de performance nos mais diversos indicadores"... estou a imaginar, uma empresa de trogloditas, a atacar de forma brutal o mercado, espancando tudo o que é indicador de performance... até fico comovido.
- Rematar com "o qual possui elementos símiles às capacidades que eu considero como feéricas para vencer todos os desafios do mercado". Para mim, temos aqui o a cartada de mestre. Para quem não sabe, feérico significa "mágico", "maravilhoso", "esplendoroso", e afirmar que a empresa tem capacidades mágicas para vencer os desafios do mercado, meu amigo, ponha-se mas é a pau com as finanças pois por menos que isso já muita tinta correu nos últimos tempos. (a Enron por exemplo, era um bocadinho feérica na sua contabilidade).

Obviamente que esta carta não seguiu para os Recursos Humanos, uma vez que a vida está difícil e precisamos manter o emprego, e convenhamos que após sugerir aqui o feérico amigo nunca mais me levavam a sério na vida.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2004

Manual de procedimentos - Como um Homem deve urinar

Gostaria de iniciar aqui uma nova série de posts relacionada com manuais de procedimentos para as diversas situações do dia-a-dia. Com efeito, Paula Bobone (by the way, já lhe disseram que o seu nome dá origem a comentários jocosos?) rói-te de inveja que agora finalmente vai existir um texto com os verdadeiros procedimentos correctos em sociedade.

Hoje vamos abordar o tema relacionado com o modo como o verdadeiro macho deve urinar. O verdadeiro macho, e para começar, deve urinar de pé. Essa filosofia imposta por algumas fêmeas de o Homem ter de urinar sentado só leva a produzir florzinhas com fobia de ter o instrumento à solta a mais de meio metro do chão. Macho que é macho urina de pé, e de preferência com as pernas afastadas cerca de 30 cm (para facilitar a circulação do ar e arejar o processo).

Outro ponto a considerar é o que fazer às mãos. Pois bem, uma das mãos, obviamente deve segurar o corpo cavernoso de modo a não respingar o ténis da moda ou a borda da sanita (ou até mesmo as calças, para os corpos mais marrecos). Ter as duas mãos a segurar o equipamento claramente pode demonstar:
- Medo que ela fuja;
- Miopia, logo necessitar de mais ajuda na pontaria;
- Vergonha do tamanho e ser necessário esconder;
- Uma relação afectuosa excessiva com o material.
Deste modo, a mão que não está a segurar deverá estar sempre encostada à parede. Macho que é macho, quando urina, encosta uma mão à parede da frente dando um ar muito pessoal ao processo. Também é aceitável que essa mão esteja apoiada na anca (em momentos relaxados) ou a coçar o rabo (quando este o exige).

O verdadeiro Homem quando urina não dura menos de 78 segundos e o processo deverá ser contínuo, uma vez que se é intermitente revela que um gajo não os tem no sítio. Durante o processo urinatório, ir urinando e fazendo "aaaaaaaaahhnnnnnnnnnnnnn" de alívio não é uma atitude máscula. Um macho quando urina ou está a fumar, ou está a tossir e a limpar o catarro, ou pura e simplesmente faz "AAHH".

A finalizar, o processo "shake the drop" deve resumir-se a duas verdascadas rápidas e secas, arrumando de seguida o equipamento para futuro uso. Sacudidelas prolongadas só revelam insuficiências sexuais ou um prepúcio demasiado grande.

E foi o guia urinatório para Homens. Dúvidas/comentários (se é que é possível ter dúvidas), é só deixar um comment.

P.S. - Os termos aqui mencionados para designar o pénis foram claramente definidos de modo a não parecerem demasiado científicos (pénis, por exemplo) ou demasiado banais (palhacinho, pila, sardão, mangueira), ficando o ar casual tão característico dos papers publicados hoje em dia.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2004

Consulta Médica

Como toda a gente sabe, de acordo com a lei da Internet, quem escreve para blogs tem que realizar regularmente exames de medicina. O Quarto Segredo não é excepção, e este pastorinho teve que se submeter aos exames típicos deste proceso.

Tudo começou na sala de espera. Ao entrar, somos analisados pelos diversos “pacientes” que ali esperam a sua hora de contar os seus problemas ao Doutor. Fui mirado de alto a baixo por diversas octagenárias, e estou certo que saíram dali alguns diagnósticos bem aterradores. Começam então os exames:

Oftalmologia – Uma verdadeira brasa, é o adjectivo que qualifica a Doutora (por motivos de anonimato iremos doravante chamar-lhe de Dr.ª Pussy). A Dr.ª Pussy lança-nos um sorriso autoritário (mulheres de bata intimidam-me) ao qual respondo com um ligeiro levantamento do canto direito do lábio. Logo no início falho o teste de ler as letras gordas só naquela de meter conversa. A Dr.ª Pussy olha-nos com uma expressão mística, como quem pensa se somos cegos como um morcego ou pura e simplesmente analfabetos. Martirizado pelo erro de escolha de abordagem, passo para a consulta seguinte.

Clínica Geral – Detesto esta parte. Por natural fobia a tudo que envolva médicos/hospitais, sinto sempre que o médico me está a esconder qualquer coisa. Um rápido cumprimento com um aperto de mão fez-me pensar que o médico desconfiou de algo relativo à minha saúde. O aperto de mão não foi rápido nem lento, fraco nem forte, o que certamente indica que ele descobriu algo nos meus músculos. Mau começo. Fez-me as perguntas de rotina, e cada vez mais senti que o meu prognóstico era dos piores. Quando me perguntou “Fuma?”, ao que respondi “Não”, o ligeiro afastamento da sobrancelha esquerda dissimulado como se fosse um tique (sim, a mim não me engana ele), revelou o seu pensamento de “então como é que explica o cancro no pulmão que identifiquei só por analisar o modo como se sentou”. Outras perguntas se seguiram, e todas elas anteveram conclusões macabras que ele não me iria revelar. Quando ele me disse “pode ir, está tudo bem consigo” senti claramente que ele me estava a dizer “por acaso não está interessado no nosso programa de doação de órgãos para fins científicos”. Aquele não me enganou.

Amostra de Sangue – Entramos com ar de Rambo decididos a mostrar que sangue faz parte do nosso dia-a-dia. Após cinco minutos acordamos com as bofetadas do enfermeiro, com a bata coberta de sangue e com uma seringa na mão a dizer esbaforido que desmaiámos. Parvo, não percebe que efectivamente não desmaiámos e apenas estávamos a praticar uma técnica Zen de relaxamento da veia para libertar melhor o sangue, sim, porque após ter retirado uma amostra de sete litros de sangue não há organismo que resista. Fui directamente enviado para a pastelaria mais próxima, para recuperar o açúcar perdido neste processo cerimonial.

E assim foi. Saí de lá com a sensação que quem está bem são os índios das tribos da amazónia, que levam umas cabras ao pajé da aldeia, fazem-se umas rezas, receita-se uns unguentos e já está. Hoje em dia não se o que é pior, meia hora na "Passagem do Terror" da ex-Feira Popular ou meia hora numa clínica médica.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2004

Precisa-se - Rei

A malta devia ter um rei, ponto. Dá estilo, em termos turísticos atrai mais pessoas, as miúdas gostam de gajos que venham de um país que tenham um rei (este facto ainda não está confirmado mas todas as suspeitas apontam neste sentido) e, evidentemente, precisamos de substituir o nosso representante actual em todos os eventos monárquicos mundiais (caro D. Duarte, não é nada pessoal, é só mesmo uma questão de gestão de recursos humanos e precisarmos de alguém que dê a ideia que compreende perfeitamente o que está a dizer).

Bom, chegados à conclusão da necessidade de um rei, o processo de estruturação monárquica deve pressupor:
- O rei tem que ser encontrado – Analisando o Curriculum Vitae do actual candidato (mais uma vez D. Duarte, amigo, é uma questão meramente técnica e não pessoal) não me parece que tenha perfil para a vaga, pelo que deverá ser colocado um anúncio no Expresso. Este anúncio deverá vir em nome de uma agência de recrutamento para evitar enchentes de candidatos e deverá ser qualquer coisa como:
“ Precisa-se
Elemento jovem e com espírito dinâmico para integração numa equipa de dimensões elevadas (digamos, do tamanho de um país pequeno) e para desempenhar funções de marketing/relações internacionais. Enviar C.V. e atestado comprovativo de função sexual, que garanta possibilidades de descendência, para o e-mail queremos_um_rei_que_nao_seja_gay@palaciodapena.pt com a referência nº REI441”.

Após a recepção dos C.V.’s, o processo de selecção seguirá normalmente, envolvendo entrevistas de dinâmica de grupo e testes individuais, finalizando com um Big Brother monárquico em que o povo escolherá o vencedor final;
- A nobreza deverá ser redefinida – os gajos que vierem cá com tututus e mais não sei o quê de que o antepassado foi senhor feudal no couto da Pardaleira e outras tangas podem tirar o cavalo da chuva que não levam nada. A nobreza vai ser redefinida e basicamente serão implementados Balanced Scorecards por cidadão que avaliem diversos indicadores: dinheiro, protagonismo, nº de participações em eventos sociais, descaramento para dizer barbaridades na televisão e em revistas, propensão para escândalos públicos. Só desta forma garantiremos ter uma nobreza elitista ao nível da restante nobreza europeia;
- A rainha deve ser escolhida pelo povo – a rapaziada quer uma rainha jeitosa e que não nos deixe mal ao pé das rainhas e princesas dos países nórdicos. Convenhamos, e imaginando que a rainha seria a Rosa Mota (não desfazendo porque acho que a Rosa Mota é uma razão de orgulho do nosso país), com que lata é que malta a mandava para um evento diplomático com a Vitória da Suécia. Bom, resumindo, Sofia Alves, Fernanda Serrano e Adelaide Sousa, não marquem nada para os próximos 40 anos que irão ser contactadas pelo nosso departamento de Recursos Humanos (eu próprio me disponibilizo para as entrevistas de dinâmica de grupo).
- O contrato é a termo certo e com cláusulas específicas - eventualmente deverá ser revista a legislação do trabalho. O povo deve ter a possibilidade de descartar os herdeiros do rei caso não goste deles (ahah, ingleses, roam-se de inveja, se fosse cá já tínhamos mandado o príncipe Carlos para o fundo de desemprego há muito tempo).
- Deverá ser cedida uma habitação social para o rei – os palácios apenas ficarão disponíveis para o rei frequentar (note-se que não é habitar) durante o horário normal de visitas turísticas, ficando isento de pagar entrada (nota mental: ponto a rever com a actual ministra das finanças).

E tenho dito. Uma vida longa ao rei e a todos os herdeiros (salvo o disposto no futuro artigo 14º, alínea a), 3º parágrafo da legislação monárquica que irá citar claramente: “Se o povo assim o entender, os herdeiros do rei poderão ser destituídos deste privilégio, ficando o reino de Portugal meramente obrigado a proceder a uma reintegração na monarquia espanhola ou em qualquer outra monarquia europeia”)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2004

Adeptos violentos?

Na capa do Diário de Notícias (têm o site em baixo, o que é normal no meio daquela parafernália do "sapo") fala-se em cadastro para adeptos violentos. Na página 28, Valentim Loureiro quer proibir os dirigentes de falar da arbitragem. Tudo isto com secretários de estado e ministros ao barulho.

Ora, as medidas para o futebol podem ser muito mais simples, e é tudo uma questão de atenção às estatísticas.

Pode-se açaimar o Major Valentim Loureiro, e terminam 80% das invectivas do futebol português. Se calhar também é melhor atar-lhe mãos e pernas, não vá ele tentar escrever barbaridades com os dedos dos pés.

Pode-se proibir o Pinto da Costa de passar cheques, e terminam 70% dos negócios escuros.

Dá-se um emprego na Unicer ou Centralcer ao Vilarinho...

Numa primeira abordagem, parece-me que chegaria.

Se for preciso mais, proibe-se empreiteiros, presidentes de câmara, bêbados, mafiosos, e tipos com mau hálito em geral de serem presidentes de clubes. Reconheço que teríamos de mudar 98% dos actuais presidentes de clubes e que 90% dos portugueses estariam fora da corrida, mas é o preço a pagar... ou isso ou arranjamos novos desportos nacionais:

- Cuspidela no passeio (do outro lado da rua)
- Lançamento do piolho

Concedo que esta medida teria um custo político elevado - não são desportos de estádio!

domingo, 1 de fevereiro de 2004

Dietas - quais as possibilidades

É sabido que, mais cedo ou mais tarde, um indivíduo vai olhar para baixo e eventualmente passar por uma das seguintes situações:
- sentir que a sua barriga está ligeiramente desenvolvida;
- achar que as banhas já estão a incomodar ao agachar-se para atar os atacadores;
- ter dificuldades em ver as canelas para dizer ao alfaite se acha que a bainha das calças está bem;
- gritar violentamente "MARIA, PORRA, VEM DEPRESSA, JÁ NÃO CONSIGO DAR COM A PILA OUTRA VEZ... MALDITA PANÇA, IA-ME MIJANDO TODO"!

Bom, eis que portanto éiniciado o processo de abater as gorduras em excesso e voltarmos à excelente forma física que achamos que sempre tivémos (sim, porque sempre que alguém diz que está gordo remata logo com "errrr, pois, mas é só agora que tenho andado com um ritmo de trabalho mais intenso e não tem dado para ir fazer o jogging de 40Kms diários, sim, porque eu até tinha uma condição física invejável e nestes últimos 3 dias é que me descuidei... sim, foi isso."). Vai daí que damos por nós a procurar conselhos dietéticos para emagrecermos mais depressa. Destaco alguns que me pareceram interessantes:
- Beber dois litros de água por dia, e fora das refeições - este truque é muito bom. Por um lado como não bebemos nada durantes as refeições ficamos com a comida presa no esófago nunca chegando esta a aterrar no estômago (há uns anos atrás pratiquei esta dieta durante dois dias e ainda aqui tenho 1 bitoque à casa, um bife à Castro, meio litro de sopa, um menu Big Mac e uma pizza "franguimilho"). Por outro lado, como bebemos 2 litros de água, fazemos à vontadinha 10 Kms por dia a correr... é certo que é a correr da sala para a casa de banho, mas pronto, corrida é corrida.
- Comer uma salada antes de iniciar a refeiçõo de modo a forrar as paredes do estômago, reduzindo assim o processo de absorção de gorduras - Este é um método lindo. Já consegui converter mais um ou outro colega neste processo e é um cenário comovente, tudo a pastar a salada antes de atacar um belo bitoque ou uma feijoada à transmontana... mas todos com um ar convicto que aquelas raspas de cenoura e salada nos vão fazer perder quilos de banha.
- Comer apenas uma peça de fruta ao jantar - Mas... mas... mas está tudo louco??? Então um gajo janta uma pêra e já está?? Claro que é impossível emagrecer assim. Toda a gente sabe que se um gajo janta uma pêra, às 4 da manhã está a fritar uma alheira de mirandela com ovo estrelado e batatas para compôr o estômago.
- Chás dietéticos e (re)laxantes - O meu preferido. Acho que uma dieta deve ser assim. Na minha opinião, o que entra tem que sair e se não sai a bem sai a mal. Um gajo bebe o chá, anda uma semana a desfazer-se em poias do tamanho de bolas de futebol, e pronto, ao fim de uma semana está com linha zero. Por um lado porque exorcizou gorduras internas, por outro porque transpirou na casa de banho metade dos líquidos acumulados no organismo.

Caros fiéis, agradecem-se mais algumas dicas de dieta, porque aqui o je quer perder uns quilos (estas últimas semanas têm andado difíceis com trabalho e não tenho conseguido ir ao ginásio fazer as minhas 20 séries de 40 levantamentos de 140Kg) e andava a ver se conseguia evitar beber os chás (re)laxantes.