sábado, 13 de maio de 2006

Thursday night fever in Egypt

Confirmei a história. 2 vezes. Parecia demasiado exótica, mas os inúmeros pombais no topo dos edifícios eram uma evidência palpável.

Tudo começa com o facto de no Egípto se trabalhar normalmente 6 dias por semana, com descanço à 6ª feira.

Assim, à 5ª feira à tarde, a mulher sai mais cedo para preparar 3 ou 4 pombos grelhados, ao que parece, altamente afrodisíacos. Os filhos vão para os avós. E então... alá fica grande, pelo menos por uma horinha intensa.

Muitos uivos e muito sémen derramado nas loucas 5ªas feiras à noite do Egípto...

Mulheres árabes

Quase não as vi. Em contrapartida, havia russas em barda, de férias nas águas quentes do Mar Vermelho. Quem diria que as imagens mentais do Egípto estariam povoadas de loiras de 1,80m em trajes mínimos?

Fotos não disponíveis...

Negociar em terras faraónicas

Irritante para mim, a negociação de traquitanas, perfumes, especiarias ou recuerdos. Desenvolvi uma técnica aceitável de negociação rápida.

Anuncio que não quero negociar. Quero ouvir apenas 1 preço. Se gostar compro, se não gostar, não compro. Ponto final. Recuso-me a aceitar outro preço.

Depois, escolho um produto que não quero. Pergunto o preço. O árabe responde X. Faço-me pensativo por 2 segundos e digo que não quero. Abandono o objecto e insisto em abandonar a loja. Ignoro quaisquer preços rebaixados repetindo "só 1 preço", "só 1 preço".

Pego então no objecto que quero. Repito "só 1 preço!". Por esta altura, recebo um preço decente. Poderá não ser o melhor, mas será um bom preço para quem vende e para quem compra. E só compro se achar razoável.

Desenvolvi a técnica depois de ouvir frases como "This is not China", em protesto pelos baixos valores oferecidos por mim.

Os segredos dos faraós

Num acto de coragem e loucura, aventureiro e louco, cego e determinado, fui ao Egipto. Logo a seguir às bombas em Dahab.

Trago as melhores notícias.

Afinal, os portugueses não são os piores condutores do mundo. Os egípcios dão-nos um bigode em termos de condução perigosa, mas um bigode farfalhudo.

Nas avenidas do Cairo, em 2 faixas cabem 3 filas, em 3 faixas cabem 4 filas e em 4 faixas cabem 6 filas. Incomum, mas aceitável.

500 kms a sul, tudo se torna mais complicado, à noite. As luzes das grandes avenidas são fracas e distantes. Mal dá para ver o alcatrão. E os condutores, o que fazem? Circulam de luzes apagadas, para não encandearem os condutores que vêm em sentido contrário. É uma questão do mais elementar respeito, segundo me confessou o condutor egípcio do autocarro onde eu seguia. Vá, os mais maricas andam de mínimos, para assinalarem a presença. Para os restantes, sempre que se suspeita que há um carro em rota de colisão, faz-se uma troca de máximos, como quem diz "estou aqui".
Emocionante mesmo foi quando a troca de máximos revelou que em sentido contrário vinha um camião cisterna... a ultrapassar outro camião cisterna. Percebi então o porquê de haverem tão poucos postes de iluminação - permitem uma saída airosa de estrada para evitar camiões em manobras nocturnas assustadoras.