quinta-feira, 14 de março de 2013

O papa


Há uma coisa nos papas que eu nunca compreenderei (bom, se calhar há várias, agora que penso nisso a sério, mas deixemos tudo o resto de lado, pelo menos para já, que é para haver bom material para futuros posts - "posts" não, "espasmos", que este blog já está quase em rigor mortis...). Temos aqui pessoas que quando chegam ao topo da carreira podem escolher por que nome irão ser tratados daí em diante. Seja que nome for. Não há restrições, não tem de ser um nome bíblico, podem dar largas à imaginação. E toda a gente ficará obrigada a tratá-los por esse nome daí por diante, sem refilar!... Ah caramba, o potencial que isto tem!...

Imagino ontem o decano do colégio de cardeais a dirigir-se ao recém-eleito papa e a perguntar-lhe, no seu melhor latim, "Quo nomine vis vocari?" (bendita Wikipedia!), e este a pensar "ah caraças, é agora!...", a inspirar fundo, gotas de suor na testa de todos os outros cardeais, um silêncio mortal na Capela Sistina, as pinturas de Miguel Ângelo virando-se para o papa argentino, todos esperando ser inspirados por um nome ousado, épico, heróico, e...

"Papa Francisco, pode ser?"

Pá.

Não me interpretem mal, não tenho nada contra o nome Francisco, mas isto é o melhor de que os papas são capazes? Podem escolher TUDO O QUE QUISEREM, e...

"Francisco"

"João Paulo"

"António das Farturas" (nunca houve, mas não me espantava se aparecesse qualquer dia...)

Com tanta coisa interessante que se podia escolher. Sei lá. Papa Songoku I. Papa He-Man. Papa Formigas.

Enfim. Se calhar por estas e por outras é que eu nunca serei papa.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O milagre da prima da irmã Lúcia

O DN publicou a notícia que parece pertencer ao "Inimigo Público" - a prima da irmã Lúcia atropelou 9 pessoas de quadriciclo. Citamos a citação do jornal: "Não sei como fiz isto, parece coisa do diabo ir assim para cima das pessoas. Ainda bem que estão todos salvos", disse ao jornal."

 O resto da entrevista, não publicada pelo DN mas apurada para o Quarto Segredo, é apresentada aqui:

DN: Coisa do Diabo? Explique lá...
Prima da irmã Lúcia: Estava eu a acelerar no quadriciclo quando senti uma excitação enorme. Não era só a velocidade, o vento na cara, a adrenalina do perigo... era algo mais - acho que era o diabo a possuir-me.
DN: O Diabo? A possuí-la? Mas como sabe isso?
Prima da irmã Lúcia: Já a minha prima Lúcia dizia o mesmo. Quando a excitação é muita e não temos nada entre as pernas, nem uma bíblia, nem uma Nossa Senhora de Fátima, nem nada, e começamos a ter necessidades de levar lá uma mão para acalmar as coisas... só pode ser o Diabo. E foi assim que se deu o acidente...
DN: Já só ia a conduzir com uma mão...
Prima da irmã Lúcia: Exactamente, exactamente... com a outra estava a expulsar o diabo dentro de mim. Já tinha metido 2 dedos à procura dele... depois foi o resto da mão toda mas aí já tinha uma perna meio no ar para conseguir tais habilidades.
DN: A perna direita ou esquerda?
Prima da irmã Lúcia: A esquerda. Foi assim que fiquei sem travões... e acertei nas 9 pessoas.
DN: Mas na sua idade ainda [73 anos] ainda... digamos... ehr... procura muitas vezes o diabo dentro de si?!
Prima da irmã Lúcia: Raramente... e desta vez nem tive tempo de o encontrar porque bati nas 9 pessoas, mas assim que cheguei a casa...
DN: Erhhh... obrigado, acho que temos material de reportagem que chegue...

Agradecimentos Pastorais ao DN pela informação disponibilizada.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O presépio

Há algo que me faz confusão quando vejo presépios neste período pré-natalício: não devia ser pecado meter já Jesus no presépio? É que na verdade ele só nasceu a 25 de Dezembro, ou seja, até lá os presépios deviam mostrar Maria com uma barriga enorme, sentada num banquinho com os pés muito inchados. Isso sim, seria uma visão acertada do que se passou.

Aliás, defendo que deveria ser introduzido um grau ainda maior de realismo: o presépio devia ser feito em Março, com uma representação de Maria a vomitar e José a olhá-la com ar desconfiado. A partir daí iria havendo mudanças graduais: Maria a comer coisas esquisitas a meio da noite, Maria com mau feitio a desancar José, José num bar da Galileia com os amigos a rirem-se da suposta virgindade de Maria, e por aí adiante.

Ah, e mesmo a 25 de Dezembro parece-me que faltam coisas no presépio. Por exemplo, onde estão a placenta e o sangue? Um parto não é propriamente uma coisa limpinha - de certeza que havia um balde algures no estábulo, onde ficou a placenta. E as fraldas sujas? Eu até percebo que a Igreja nos tente convencer de uma série de coisas que são difíceis de aceitar com racionalidade - mas tentar defender que um bebé não suja dezenas de fraldas quando nasce? Oh meus amigos padres, experimentem lá criar um filho que depois a gente conversa...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Crítica erótica de vinhos

O Axe recebeu uma promoção para compra de garrafas de vinho da marca "Grainha Tinto", 2006. O texto que acompanhava a promoção do vinho pareceu-nos de imediato muito erótico para descrever apenas... vinho.

Suspeitamos onde o enólogo terá ido buscar a inspiração, talvez numa noite já mais entornada, daquelas em que o álcool desperta a líbido.

Versão vínica escrita pelo enólogo:
“Bonita cor vermelha. Bom impacto aromático, com finura, muita fruta madura e especiarias, bem casada com a tosta das barricas. Volumoso na boca, textura rica e fresca, pleno de frutos vermelhos e taninos finos. Final guloso e longo”

Exemplo de uma possível versão erótica que tenha inspirado o enólogo:
“A racha tinha uma bonita cor vermelha. Cheirou-a – um bom impacto aromático, com finura. Acariciou-lhe o peito cheio, muita fruta madura. Era uma gaja bem casada, com a barrica traseira larga. Meteu-lho, volumoso na boca, e saiu logo um jacto de textura rica e quente, em pleno. Ela engoliu, num final guloso e longo”

Isto da critica de vinhos afinal é uma pouca vergonha copiada de porno-chachadas…

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Win vs Mac

Um amigo perguntava-me hoje, a propósito de tudo o que o iTunes não faz, se a Apple não salvava vidas.

Ora, meu caro, digamos que se te atirarem ao rio com uma pedra atada aos pés, se a pedra for Microsoft tu sabes que é possível conseguires desatá-la, embora só depois de o nó te dar dois ou três erros azuis, de reparares que a pedra tem vírus e de teres de ir ao DOS executar o comando c:\untie.exe -rope , o que levará a que provavelmente estejas morto antes de conseguires. Por outro lado, se a pedra for Apple, tu não te consegues salvar na mesma, mas repara como O RAIO DA PEDRA É LINDA, TODA BRANCA E ARREDONDADA!!! :') :') :')

terça-feira, 11 de março de 2008

A inovação na casa de banho


Diz o texto o seguinte: "Peço aos meus colegas, porventura menos dotados pela natureza, que se cheguem 10 cms à frente, para não pingarem o chão".

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Quem te avisa teu amigo é...

Vamos lá a ver como é que isto terá nascido. Um tipo resolve abrir uma funerária. Matuta no nome. “Cova funda”, uhmm, não, é de mau gosto. “Agência Alegrete”, uhmm, animado, mas pouco sério. “Funerária O caixão”, pouco criativo. “Funerária 7 palmos”, sim, sim, tem potencial. “Funerária Vá com Deus”, não, não, faz lembrar a Filipa Vacondeus… então, “Funerária O Adeus”, triste, mas enquadrado. E se fosse “Funerária “Olá a Deus” – trocadilho mórbido com “adeus”. Funerária A Morte. Não, muito pesado. Ahh, já sei: “Funerária Nossa Senhora do Aviso”. Oh sim, isto é que é. Talvez um bocado comprido – fica “Funerária Nª Srª do Aviso”. Ahhh, isto sim – quem avisa amigo é… e quem vem avisar da morte? É a própria “Morte”, vestida de capa negra e capuz, e com uma grande foice. A “Morte” é a Nª Srª do Aviso. Que ganda nome, pá! P’a funerária não há melhor.

Aliás, a Morte deve estar a soldo desta funerária, com reuniões comerciais ao dia 25 de cada mês em que o dono deve dizer coisas como “Então a amiga só ceifou 3 este mês e foram todos para a agência do Manel Caixote? É para isto que eu pago o amolar da foice e capas pretas novas todos os anos? As capas pretas com capuz são caras. Olhe que o custo de vida está pela hora da morte…”


E tudo com “honestidade e competência”, como reza o motto da agência. Aos interessados, fica em Bragança.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Só eu tenho p'ra cima de uma dúzia!

Nos telejornais são frequentes as notícias de que há 300 mil portugueses que sofrem disto, 600 mil que sofrem daquilo, 2 milhões que sofrem do outro.

Resolvi apurar na internet as doenças de que sofrem os meus compatriotas, porque segundo as estatísticas parece que nos cabe à sorte uma boa meia-dúzia de doenças a cada um, senão mesmo uma dúzia.

Em 10 minutos apurei que em Portugal há:

  • 2 milhões de hipertensos
  • 2 milhões com dor crónica
  • 600 mil com asma
  • 500 mil com doença pulmonar obstrutiva crónica
  • 2,8 milhões em risco de degenerescência macular com a idade
  • 70 mil com Alzheimer
  • 32 mil com sida
  • 500 mil com diabete
  • 5000 têm esclerose múltipla
  • 4000 têm tuberculose
  • 4 milhões sobrem de dores
  • 100 mil por ano apanham pneumonia
  • 100 mil esquizofrénicos
  • 100 mil à espera de consulta de oftalmologia
  • 10 mil com obesidade mórbida avançada
  • 13 mil com insuficiência renal
  • 15 mil com cirrose
  • 250 mil doentes alcoólicos
  • 20 mil com descontrolo intestinal e urinário
  • 25 mil com Parkinson
  • 130 mil com cancro da próstata
  • 25 mil com cancro do cólon e do recto (a cada cinco anos)
  • 500 mil sofrem de infertilidade (em idade de procriação)
  • 5000 com doenças neuromusculares

Sejamos sinceros connosco próprios: qual a probabilidade de sermos saudáveis neste país? Eu acho que vou emigrar para as Maldivas, Polinésia Francesa, ou Austrália. Algum sítio mais paradisíaco e mais saudável.

Isto, se sobreviver até tratar dos papéis, porque não deve faltar muito para descobrir que estou no grupinho dos que têm Alzheimer, asma, Parkinson e diabetes e que terei uns 10 dias de vida pela frente.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A Lei do Tabaco

A nova Lei do Tabaco parece-me ser bastante acertada, mas peca por insuficiência. Para termos uma oferta de restaurantes compatível com um país moderno, há mais uma série de coisas que deveriam ser banidas, para bem da saúde pública.

Proponho por isso aos legisladores que não parem por aqui e que comecem desde já a pensar na criação da Lei Dos Empregados De Mesa A Cheirar A Sovaco, na Lei Dos Bifinhos Com Champinhons, na Lei Do Doce Da Casa (que pode também incluir artigos sobre o Doce da Avó) e na Lei Dos Empregados Que Tratam Os Clientes Por 'Ó Chefe'. Sem isto, não vamos lá.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Cirque?

Não consigo compreender a recente histeria nacional em torno do Cirque du Soleil. Já apanhei vários amigos a dizer, com ar orgulhoso, que já arranjaram bilhete para o próximo espectáculo - em Maio! E convenhamos que os bilhetes não são propriamente baratos, aquilo é um balúrdio. E para quê? Para ver circo?...

Não, meus amigos.

O Cirque du Soleil tem tanto de circo quanto o Cacém de charme. Sejamos francos - aquilo não tem leões, não tem cãezinhos amestrados, não tem uma boa dupla de palhaço rico/palhaço pobre... Qual é o conceito de 'circo' que eles não perceberam? Só lá há acrobatas - e isso não é um circo, é uma aula de aeróbica recauchutada. E das fraquinhas: fazer ginástica com arcos e trapézios e mais não sei o quê - bom, isso todos fazem, não é? Mas vão lá perguntar quem se arrisca a meter a cabeça dentro da boca de um leão e verão o resultado.

Deixo aqui o meu protesto: chamar circo ao Cirque du Soleil é um abuso. É enganar as pessoas. É o mesmo que abrir uma roulotte à noite, com um grande letreiro a anunciar as 'Bifanas do Solé'... Mas depois vender só suminhos naturais e saladinhas.