segunda-feira, 29 de março de 2004

2 Mad 2 Broke

Fui multado, hoje. Além de furioso, fiquei com um corte valente na carteira...

Multado por conduzir e falar ao telefone. A fúria toda vem de nem ter dito uma palavrinha sequer ao telefone, porque não houve tempo. Tecnicamente, podia ter argumentado que não falei enquanto conduzi. Na verdade, como nem tinha as mãos no volante, até podia argumentar que também não estava a conduzir, mas pareceu-me que o Sr. agente Pires, da BT não ia perceber... limitei-me a aceitar a multa e chorar a pipa de massa que isto vai custar.

...da-se!

sexta-feira, 26 de março de 2004

2 Fast 2 Furious 2 Old

8:50, saio de casa para os meus 15 minutos matinais de condução. Na curva da ponte antiga sinto um carro a pressionar o andamento, procurando a nervosamente ultrapassagem. Acelero, não gosto de pressões e estou rabugento. O carro atrás de mim acompanha o incremento de velocidade, continuando a sua incessante pressão. Olho pelo espelho e vejo um cabelo armado cinzento... não quero acreditar... uma octagenária tresloucada procura a ultrapassagem com um esgar nos lábios. No alargamento perto da primeira rotunda, a louca mete uma abaixo e rasga o alcatrão enquanto se mete lado a lado com o meu carro. Fazemos a rotunda a trocar proximidades de espelho e saímos numa fúria de quem não pode ficar atrás. Sinto o turbo a gritar por mais uma mudança... ignoro-o, não há aqui meninos, tem que se aguentar. O computador enlouquece nos consumos e dispara o alarme de velocidade... desligo-o, sou eu ou ela. O Alfa 147 da senhora queima óleo soltando uma nuvem de fumo com uma amálgama de cores assustadoras, mas aguenta-se herculeamente. Aproximamo-nos da derradeira rotunda, onde acalmo as 5.500 rotações do motor ao ser travado por um condutor alheio à disputa. A senhora passa, vencedora, e faz-me um olhar despreocupado, em que na realidade, e juro que só eu é que vi, me fez uns corninhos com a mão esquerda, enquanto murmura com um ar de escárnio "'teve-se fixe miúdo, acredita, ´tás quase lá".

Ensaio sobre o pudor, ou, A Barbara Guimarães também caga

Parece haver na sociedade portuguesa um elevado pudor sobre as funções escatológicas normais do organismo.

Esclareço desde já do que falo - escatologia: do Gr. skór, skatós, excremento + lógos, tratado s. f., tratado sobre os excrementos.

De facto, choca-me que certas pessoas se coloquem a um nível tão alto que aparentemente... nem cagam. Um pouco ao estilo "a nobreza não caga, quando muito mija, e quando o faz é por graça. O povo sim, mija, caga, e peida-se com estrépito".

O povo também já interiorizou este complexo de inferioridade. Exemplifico. O Dr. Mário Soares tem ar de largar umas valentes postas, mas a sua excelsa esposa, a Dra. Maria Barroso, certamente não se peidará, e se cagar, será às bolinhas, tipo almondegas, por ser mais chique.
A questão afecta as classes sociais mas também não é pacífica entre os sexos. Passo a ilustrar. Uma senhora tem pavor de deixar a casa de banho a cheirar mal. Um homem, se puder, peida-se silenciosamente no elevador e sai, já com um incontido sorriso de orelha a orelha, com a antevisão dos estragos que a flatulência vai causar.

É uma questão de imposição puramente social. Uma criança de tenra idade faz o que tiver de fazer, em qualquer lado. É apenas a consciência da pressão social que irá condicionar o seu comportamento futuro, impedindo que na fase adulta se peide abundantemente num escritório ou em locais públicos. Esta pressão social leva que se pense que certas individualidades não se aliviam nem mesmo na intimidade.

Pois o Quarto Segredo revela-vos aqui, em primeira mão: a Barbara Guimarães também caga.

Sei que choca alguns. Porventura, excitará outros...

E revelação bombástica: todos o fazemos! É por isso que o papel higiénico ocupa tanto espaço de venda num supermercado.

Fica o esclarecimento feito.

quarta-feira, 24 de março de 2004

A saga continua...

Mourinho 2 : 0 Resto do Mundo

Este homem devia ser enviado para o Iraque, para o Afeganistão, para Israel, para o Porto, ou para o País Basco. Vence tudo e todos, um verdadeiro porta-estandarte da Vitória, da Glória, e... e.... e de outras gajas de que agora não me lembro.

Este verdadeiro tanque de combate, de guerrilha urbana, poderia ser usado para apaziguar os nacionalismos regionais exacerbados que pululam aqui e alí, e deveria ser... ahn?, Quê? Já está no Porto? E do lado errado da barricada? Fosga-se! E não se pode chamar os israelitas?

terça-feira, 23 de março de 2004

Terrorismo israelita

Uma confusão.

Tal como nos filmes. Um helicóptero sai de trás de uns edifícios, passa um caça num voo rasante para abafar os sons das explosões e o heli lança um missil terra-ar para assassinar o lider do "HAMAS" à saída de uma mesquita. Tudo isto em Israel.

Vê-se que foi a chamada jogada de laboratório, tudo muito bem estudado.

Os israelitas são uns complicados. Então para matar um terrorista velhote de quase 70 anos, preso a uma cadeira de rodas, era preciso isto tudo? Um tiro nos cornos não bastava? Um sniper, coisa e tal... mas não, vamos lá complicar e trazer helis, e caças, e mísseis, e o diabo a quatro. E a nojeira que aquilo deve ter feito? Além de um buraco no chão que alguém vai ter de tapar, também vão ter de arranjar voluntários para raspar os restos do velhote que ficaram colados à parede da mesquita e pendurados nas palmeiras mais próximas.

segunda-feira, 22 de março de 2004

A ordem natural das coisas

Este sábado, no último dia de Inverno, esteve um dia de Verão.
Este domingo, no primeiro dia da Primavera, esteve um dia de Outono.
Este sábado tive uma tarde descansada sem ser arrastado para lojas.
Este domingo, a enciclopédia do Público revelou-se mais fraca que a enciclopédia do Correio da Manhã.
Este Sábado fiquei à frente do meu amigo Vitor na prova de karts.

A ordem natural das coisas parece andar subvertida.

quinta-feira, 18 de março de 2004

Dicionário da língua Portuguesa - novidades

Fui ao site destes senhores e meti-me a ver alguns sinónimos. Qual o meu espanto quando reparo que algumas das palavras que consideramos calão e/ou até mesmo ofensivas já são consideradas nos nossos dicionários. Vejamos alguns exemplos:

Traque - s. m., pleb.,
estrépito produzido pela saída de ventosidades expelidas pelo ânus

Chiça - interj., gír.,
exprime desprezo, repugnância, protesto ou recusa.

Pito - pop.,
vulva

Gaja - s. f.,
fulana;
sujeita pouco distinta;
mulher velhaca, manhosa

Porra - interj.,
arre!, irra!.

merda - s. f.,
matérias fecais;
excremento;
porcaria;
coisa insignificante;
s. m., fig.,
indivíduo reles, sem dignidade;
interj.,
indicativa de desprezo, repulsão ou exasperação;
gír.,
droga.

E pronto, uma vez que já são palavras reconhecidas pela língua Portuguesa, já as podemos utilizar nos nossos documentos oficiais, cartas pessoais e todas as outras formas de comunicação do nosso dia-a-dia.

segunda-feira, 15 de março de 2004

João Pedro Pais, poeta (?!?) injustiçado

Recebi um texto de um amigo - Diogo, um abraço! - que não resisto a publicar na íntegra:

João Pedro Pais é, para alguns, o melhor músico da sua geração.
Para outros é o "Robbie Williams português". Para mim é um dicionário de rimas ambulante. Um dicionário de sinónimos Porto Editora, uma enciclopédia e o CD "Falar por Sinais" são o necessário para uma tarde bem passada a fazer Palavras-Cruzadas.

Mas não nos fiquemos só pelo riso sufocado enquanto desligamos rapidamente a RFM. Numa primeira tentativa de encontrar o real significado de cada verso por detrás do elevado estado alcoolizado do autor, tenho o prazer de apresentar uma análise cuidada do hit "Um Resto de Tudo".

Um Resto De Tudo

Desce pela avenida a lua nua
(Estou a descer uma avenida à noite)
Divagando à sorte, dormita nas ruas
(Estou desorientado e com sono. Ao usar ruas em vez de
"avenidas" já consigo quase rimar com lua nua)
Faz-se de esquecida, a minha e tua
(Não sei o que acabei de escrever mas pelo menos "tua" também rima
com lua nua) Deixando um rasto, que nos apazigua
(Lua, nua, ruas, tua, apazigua. Boa. Vem aí o refrão!)
Refrão:
Sou um ser que odeias mas que gostas de amar
(Uma contradição fica sempre bem)
Como um barco perdido à deriva no mar
(Grandiosa comparação: "Um ser que odeias mas gostas de
amar como um barco perdido à deriva no mar". As outras
hipóteses eram "como um pássaro ferido a tentar voar" e "como
um bife vendido, num talho do Lumiar")
A vida que levas de novo outra vez
("De novo outra vez", espero que seja suficiente para
passar a ideia de repetição)
O mundo que gira sempre a teus pés
(A Terra gira sobre si própria. É um facto. Já
Copérnico o afirmava, mas nunca foi Disco de Platina)
Sou a palavra amiga que gostas de ouvir
(Tu e mais 120 mil que compraram a merda do cd)
A sombra esquecida que te viu partir
(Pá, fica mesmo giro isto de meter sempre um adjectivo
estranho à frente dos nomes: palavra amiga, sombra esquecida,
noite vadia...)
A noite vadia que queres conhecer
(Abordagem a problemas sociais como a vadiagem e a
prostituição)
Sou mais um dos homens que te nega e dá prazer
(Mais uma contradição, estou imparável!)
A voz da tua alma que te faz levitar
(Um certo exotismo oriental)
O átrio da escada para tu te sentares
(Não rima muito bem com levitar, damn it! )
Sou as cartas rasgadas que tu não lês
(Não entendo pá, será que ela não gosta dos meus poemas?)
A tua verdade, mostrando quem és
(O que é a Verdade? Quem somos? Para onde vamos?)
Entra pela vitrina surrealista
(Eu optava pela porta, mas isso sou eu)
Faz malabarismo a ilusionista
(Ou "faz contorcionismo a trapezista")
Ilumina o céu que nos devora
(Estou completamente pedrado)
Já se sente o frio, está na hora de irmos embora
(Devora, hora, embora...)
Sou um ser que odeias mas que gostas de amar
Como um barco perdido à deriva no mar... (gostava mais
do bife no talho do Lumiar, mas o que fazer...)

sexta-feira, 12 de março de 2004

Chinesices

Trânsito por escadas

Autocolante afixado no espelho de uma casa de banho, no 3º piso de uma conhecida empresa pública:

"No trânsito por escadas, redobre de cuidado.

NÃO CORRA

NÃO LEIA

NÃO SE DISTRAIA"

Pois é, nunca sabemos onde é que podemos encontrar avisos pertinentes.

quarta-feira, 10 de março de 2004

Fui de metro...

... e sentou-se à minha frente um senhor que cheirava a fondue de queijo.

Por momentos ainda pensei em barrar um bocadinho de pão nele, mas achei que ele se podia chatear com as migalhas. Ao fim ao cabo, cheirar a fondue de queijo é algo importante e uma pessoa que cheira assim não deve ser importunada com actos mesquinhos do povo subordinado.

Noutra situação fui também ao lado da Grande Elefanta, a mãe do glorioso Shaka-Zulu, que ostentava um portentoso casaco de peles, provavelmente de urso castanho da Sibéria, e que ocupava, à vontadinha, 1/3 da carruagem. Quando saí fiz-lhe uma vénia, o que a deixou algo perplexa, talvez por pensar que nunca seria reconhecida tal discreto era o seu disfarce.

Aconselho ainda vivamente a quem andar de metro, durante a hora de ponta, a sorver fortes lufadas de ar vitamínico. "Vitamínico" dizem vocês? Sim, vitamínico, pois o ar do metro cheira exactamente a umas vitaminas que tomei em tempos e que sabiam horrivelmente mal. Por isso o ar do metro é bom e saudável, e se puderem, escolham ficar debaixo daquele sovaquinho que deixa antever uns pelitos já cristalizados com desodorizante ressequido.

Andar de metro é bom e faz bem.

terça-feira, 9 de março de 2004

Taxi driver

Axe, sobre taxistas, acho que ainda estamos descansados, porque continuam a ser embrutecidos e com ar de cães raivosos, como se quer e deve ser.

Ainda a semana passada entrei num que se meteu na conversa entre os 3 passageiros, sobre já estarmos atrasados, e que disse: Um homem espera sempre, a não ser para dar uma queca.

E nem mais. Um homem espera sempre, a não ser para dar uma queca.

E desfiou de seguida toda a sua filosofia de esperas e corridas para quecas com a amantizada. Entrou nos detalhes sórdidos de gostar assim e assado e ao irmos em direcção ao Marquês de Pombal, em Lisboa, ainda fez toda uma elocução completa sobre as famosas obras do túnel do Marquês com a explicação do método de estacas em betão para construir o túnel.

É d'homem. Só não cuspiu pela janela, mas com o que falou, também nem teve tempo, o desgraçado.

sábado, 6 de março de 2004

Desabafo

As profissões de macho estão a ser cada vez mais invadidas por indivíduos de carácter boiola. Não é a primeira vez que abordo este assunto aqui na Fátima, mas então não é que fui cortar o cabelo a um barbeiro e aparecem-me dois veados brasileiros, um a tresandar a perfume Burberry’s e o outro a tresandar a baunilha? Mas o que é que vem a ser isto?? Uma profissão de macho e aparece-me um cor-de-rosa a cheirar a baunilha???? Qualquer dia entro num táxi, e em vez de apanhar um condutor embrutecido como seria expectável, apanho com um cruzeta a cheirar a Stratacciella (ou lá como esta coisa se escreve). Mas é que é demais… o nível de virilidade anda a diminuir drasticamente nas profissões de homens de barba rija… até o ministro da defesa, que deveria ser um militar austero com punho de ferro, é um gajito que só se preocupa em aconchegar submarinos… irra.

E pronto, foi um desabafo de alguém que acabou de ter um panasca a massajar-lhe o couro cabeludo e…. mmnraaarrrrrggghhhhhhhhhh… sabe-se lá onde é que aquelas mãos já tinham andado…

quarta-feira, 3 de março de 2004

Quem está de fora cala o bico!

Um tema que me intriga é o Paulo Portas a tomar posição política sobre o aborto. Ora, o ministro larilas não contribui...

Se não contribui para nenhuma gravidez indesejada, porque é que fala do tema? Não tem, nem terá conhecimento de causa.

É o mesmo que o Guterres a falar da tabuada...

É o mesmo que o Vale e Azevedo a fazer um discurso de ética...

O Pinto da Costa a criticar a máfia do futebol...

Porque é que o Paulo Portas fará estas coisas?

terça-feira, 2 de março de 2004

Comissão Europeia - relatório Echelon

Então não é que os camelos dos americanos ouvem quase tudo o que querem?! Eu que nem era anti-americano, sinto-me pelo menos tentado a arrotar em grande sempre que atender um telefone, acrescentando de seguida: "perdão, foi para o espião americano que nos escuta e não para ti".

Segundo um relatório da UE "Qualquer comunicação pode ser interceptada no local se o interceptador estiver decidido a infringir a lei e o interceptado não se proteger.

- As conversas no interior de edifícios podem ser interceptadas por meio de microfones
escondidos (escutas) ou de equipamento laser que capta as vibrações das janelas.
- Os ecrãs emitem radiação que pode ser captada até uma distância de 30 metros; deste
modo, as imagens que aparecem no ecrã tornam-se visíveis.
- O telefone, o telefax e o correio electrónico podem ser interceptados se o interceptador
fizer uma ligação aos cabos que saem do edifício.
- Um telemóvel pode ser interceptado, ainda que tal seja tecnicamente difícil, se a estação
de intercepção se situar na mesma célula (diâmetro em meio urbano - 300 metros; em
meio rural - 30 quilómetros).
- As radiocomunicações móveis privadas podem ser interceptadas dentro do alcance das
ondas rádio ultracurtas."

E é isto! Cambada d'um raio.

Como não falam em blogs, vou aproveitar, com inspiração Haddock, para chamar uns nomes aos gajos do Echelon: Bando de ectoplasmas, baqui-bazuques, estafermos, anacolutos!

E já agora que estou nisto: O Bush é larilas! O Clinton come por trás! O rato Mickey nunca comeu a Minie! O Blair é corno! O Manchester joga mal! Nova Yorque cheira a esgotos!

E pronto. Umas para americanos e outras para ingleses. Já desabafei. Os gajos que leiam isto no Echelon se conseguirem.