quinta-feira, 31 de julho de 2003

Pá, acho que sim, pá

Na transcrição da conversa telefónica entre o Ferro Rodrigues e o António Costa, pequena e simples, contei 11 pás. Pá isto, pá aquilo, pá o presidente, pá muda de telefone...
O contra-informação já tinha notado a tendência no PR, Sua Exa Compaio. Será isto um sintoma de ser socialista? Acho que sim.
Acima dos 5% de pás por conversação e já uma pessoa se deve considerar socialista.
Acima dos 10% e estamos perante um potencial candidato à Direcção do PS.
Acima dos 15% e estamos perante um pedófilo socialista, habituado a dar e levar na pá...

E os comunistas, que comem criancinhas ao pequeno almoço?
Estatística similar pode ser feita para comunistas substituindo o proverbial "pá" socialista por um mui comunista "camarada".
Acima dos 5% temos um cassete iniciático
Acima dos 10% temos um Alentejano médio
Acima dos 15% do uso de "camarada" em conversação estamos não perante um pedófilo mas sim perante um mentecapto versão cassete estalinista.

À direita faltam os tiques de linguagem que tornam a esquerda portuguesa tão caricata e anedótica.

A Fátima é centrista. Não é um segredo.

Non te corras ahora! Ai non...

Recebi um mail de um espanhol. Mudou de empresa e tem um novo "teléfono" e novo "correo-e".
Mas que merda é esta? Correo-e? Só espanhois e franceses para traduzirem coisas perfeitamente universais como e-mail.
E como dirá uma Fátima espanhola que não quer que lhe mandemos um e-mail?
- Non te corras?
- Non te corras que tengo la caja de correo llena?

Manual de caganças

Nesta época estival, com estrangeirada em barda por esse país fora, importa mostrar que somos uns gajos com tomates e rendimentos à altura. Assim, quero deixar aqui algumas historietas de um conhecido, que sendo um gajo porreiro, sabe alarvear com cagança e em estilo. Neste texto será designado por Bom Cagançal, por ser boa pessoa, e porque merece aqui uma sentida e respeitosa homenagem.

Cenário 1: Ritz Hotel, Berlim

Por estarem todos os hoteis da cidade cheios devido a uma feira internacional, o grupo de 3 viajantes teve de ficar no Ritz Hotel, um edifício magnífico da época dourada do comunismo de Leste. Chegados às 22:30, apenas com o snack miserável do avião no estômago, o grupo decidiu comer qualquer coisa no restaurante do Ritz.
Uma entrada, 3 pratos principais, água e café. Chega a conta. O guru do grupo diz - Porra, vamos lá a ver quanto é que é isto, a ver se o chefe aprova.
O Bom Cagançal pergunta: - Quanto é que é?
- Porra, 240 marcos. 24 contos.
Responde o Bom Cagançal - 3 pessoas, 24 contos no Ritz... acho barato!

Cenário 2: restaurante

Está um grupo restrito a comer. Um dos elementos diz que está um pouco indisposto. O Bom Cagançal diz que teve uma paragem de digestão à 2 dias atrás, depois de uma jantarada com amigos e que ainda está a recuperar.
O grupo concorda que isso de paragens de digestão é uma merda, e que um gajo passa uns dias miseráveis, sobretudo se ainda tivermos uma ressaca em cima.
O Bom Cagançal recorda ainda que a pior paragem de digestão que teve foi em Nova Yorque, a comer umas ostras estragadas.
Atentem no estilo. Nova Yorque. Ostras.
Mas não ficou por aqui. O Bom Cagançal continua e diz - depois das ostras, passei a noite a vomitar nas casas de banho dos melhores bares e restaurantes de Nova Yorque.
É assim mesmo. Se é para vomitar, que seja em chão de mármore! Mármore de Carrara, de preferência. Que estilo. Que nível. Apenas nos melhores bares e restaurantes, naturalmente. Com actuações de vomitório às 3as e 5as.

Cenário 3: escritório, ao telefone.

O Bom Cagançal fala com um amigo ao telefone, em voz bem alta e vincada no open space. Pergunta-lhe - então tens visto os meus mails? Não? Os mails que eu tenho mandado lá de fora? São muitos? Já chega? Pá, "já chega" é o que as gajas me dizem quando o estou a meter...

Cenário 4: Em conversa, no open space do escritório

Fala o Bom Cagançal:
- Estive agora no Brasil 15 dias. Foram 15 dias sempre a comer, beber e a f***. Comi, bebi e f*** todos os dias, excepto 1 dia... em que não bebi.

Terá o Bom Cagançal dormido com a Fátima? Que segredo reserva ela? Será este o quarto segredo?

a cultura da Fátima

O fantástico site Rob's Amazing Poem Generator pega num qualquer site da Internet e transforma-o em poesia do mais elevado grau artístico.
Acabei de tentar "poemizar" este mesmo blog e saiu o seguinte poema, ao que inspiradamente dei o nome de "Fátima, rima-me!"


Fátima, rima-me!

O actual projecto em
que se andava a
vencedora. Segundo passo, explicar o meu primeiro
passo, foi
a boca.
que até ao banco no
guia, era intragável.
4 A vizinha do
natal,
em português já estou habituado aos que
quer dizer à
Zé do
dito peixe.
Para sobremesa todos pediram Creme
de colegas, de luxo...



(ainda estou para saber o que é Creme de colegas, mas se é um luxo, quem sou eu para me negar - venha ele!... mas escolho eu as colegas ;-) )

Em importante investigação relacionada com o actual projecto em que estou a trabalhar, dou de caras com um artigo de Carlos Amaral Dias (pai de uma deputada que até se podia chamar Fátima, mas não chama, e só não tenho pena de não ser a minha vizinha do lado porque a verdadeira vizinha do lado é bem mais interessante :D ) em que este, arriscando futorologia sem saber onde se andava a meter, se sai com a seguinte frase:
«(...)a haver por absurdo um quarto segredo, o melhor é consultarem um psicanalista.»

Isto foi publicado em Julho de 2000.
3 anos depois, meu caro CAD, o Quarto Segredo afinal existe mesmo.
Caros colegas de blog, marcamos a consulta?

Não queria passar esta manhã sem desabafar a triste sina de um lusitano solitário perdido pela helvécia. No meio de uma verdadeira ONU de colegas, ontem fui "motivado" a organizar um jantar num restaurante português para aquela rapaziada, onde senti as verdadeiras dificuldades de explicar porque é que até gosto de um estabelecimento daqueles. Aqui fica, bem ao estilo de uma curta metragem francesa, os diversos capítulos desta tarefa:

1 - Escolha do local. É óbvio, e acho que nem preciso de mencionar isto, que para a escolha do local o meu primeiro passo foi ir ao Google e pesquisar qualquer coisa como "Castro bife restaurant geneva"... claro, resultados 0. Ainda arrisquei qualquer coisa como "castre biefe restaurant geneva"... mas nada. Desiludido, optei por procurar nos guias que a senhora do turismo me deu e ver que surpresas me aguardavam. Finalmente encontrei um que me chamou a atenção (até porque dos 3 que constavam no guia, era o único que estava aberto nesta altura do ano) e que tinha um nome bem típico... "ZÉ DO PIPO". Erro fatal... óbvio que quando se vai a um restaurante com um nome português tem que se explicar o que quer dizer o nome. "Zé" até foi fácil... agora "Pipo", meus amigos, tarefa hercúlea... ainda por cima depois de ter explicado usando o pipo de um pneu como exemplo perguntaram-me "Então o que é que é um Zé do Pipo?". Bolas, esqueçam a porcaria do pipo e pensem só que o gajo se chama Zé.

2 - A equipa. Há que descrever a equipa, de modo a enquadrar melhor o jantar. Então aqui vai:

- Um escocês muito ruivo (estilo cenoura vencedoura do concurso de cenouras da feira de Santarém), e com uma cabeça do tamanho de um garrafão de água de 25 litros. Digo-vos meus amigos, com uma cabeça daquelas, 2 velas nos olhos e uma na boca, e temos a verdadeira abóbora do Halloween.
- Um inglês magríssimo, que dá ideia que se vai desfazer a qualquer momento. Quando se ri, por mais hilariante que seja a situação, nunca abre a boca. Confesso-vos que da primeira vez que assisti a uma gargalhada dele fiquei mesmo assustado.
- Uma belga com uns óculos tipo mix entre os do Padre Feitor Pinto e os do Diácono Remédios. Imaginem dois fundos de garrafas de Jack Daniel's com o formato de duas borrachas rotring, amarelas. Ainda por cima tem uma bilha de fazer inveja à mais anafada das Fátimas.
- Um mestiço oriundo do Egipto, com cara de tagliatelli com molho pesto, que tem as unhas pintadas de vermelho e com uma voz de quem andou a sugar hélio de uma luva de borracha.
- Um gajo gordo, com cara de pirata, semelhante aos que vemos nos filmes série B, com um ar porco e feio. Tem a particularidade de usar todos os dias e todas as semanas a mesma camisa de manga curta (mesmo quando estava a nevar).
- Um holandês, filiado no escritório de Philadelphia, a vender o projecto para o escritório de Bruxelas, casado com uma portuguesa e a viver no porto, e a fazer o projecto aqui em Genebra. Tem a mania de mandar bitaites em português e dos quais não percebo a ponta de um corno, mas como se trata de uma das altas esferas da gestão limito-me a rir e a soltar um sonoro "Exacto!!!"
- Um gajo estranhíssimo, com umas calças até ao peito com os tornozelos de fora, e com uma voz de flatulência fininha.Tem uma cara de porco nazi e um ar de caniche de luxo... muito bizarro.

3 - O Jantar. Fazendo jus ao nome, o restaurante era rico em pratos de bacalhau. Primeiro passo, explicar a todos eles como é que se pronuncia "bacalhau". A versão do "bácáláu" foi a vencedora. Segundo passo, explicar como é que se pronuncia "à Bràs". "Ei breish" foi a versão vencedora. O mesmo gajo que me perguntou o que é que queria dizer "Zé do Pipo" queria também saber o que é que quer dizer "à Bràs". Aí, preferi explicar-lhe o que é que quer dizer "vai levar na peida".
Feitos os pedidos ("Cáudêrada de Temboril" e "Bácáláu ei Breish") veio o processo de degustação, que decorreu com a maior das normalidades. Foram bastantes os comentários que apontavam que o bacalhau estava salgado (haviam de experimentar o da minha avozinha no pico do natal, em que se prepara ao mesmo tempo os fritos e o perú) mas até apreciaram a comida. Tamboril nem o vi, mas quase que os convenci que as toneladas de batata da caldeirada eram suculentos pedaços do dito peixe.
Para sobremesa todos pediram "Creme de caramelo" e ninguém refilou quando veio um belo de um Pudim Flan. Eu como sou português, já estou habituado aos nomes pomposos que damos às sobremesas. Quem não conhece o "Doce da avó" (creme de leite condensado, com natas e bolacha), o "Doce da casa" (creme de leite condensado, com natas e bolacha), "Combinado maravilha" (creme de leite condensado, com natas e bolacha) ou o "Especial Fátima Tropical" (creme de leite condensado, com natas e bolacha).
No final, um Porto para rematar mas ainda acho que devia ser daqueles vinhos do Porto, marca branca que se vendem no Lidl e aparecem no catálogo como promoção da semana. O gosto era intragável.

4 - A conta. 35€ por uma garrafa de vinho branco Alvarinho (nem sequer era de reserva ou VQPRD) fez-me corar, mas como ninguém se queixou, também não disse nada. Já tenho um contentor de Alvarinhos e Esporão para trazer para Genebra.

E foi assim o jantar no Português. Para a semana temos comida típica inglesa, que é como quem diz que vou passar fome.

Desolado, a Fátima não apareceu para jantar.

quarta-feira, 30 de julho de 2003

Teste, um dois, um dois, experiência... som... sssssssssom... som som som...

Está um calor infernal em Lisboa - isto não deve fugir muito dos 40 graus. Aproveitei o almoço para ir ao banco no CC Vasco da Gama. Os gajos da Nova Rede estavam de casaquinho, como mandam as regras lá da casa. Galo...
A percentagem de mulheres semi-despidas é impressionante. Quantas serão Fátimas?

Ah, cá estamos. No ar. Posso escrever alguma coisa? Vamos lá a ver com que nome é que apareço...

meu deus!!...

IT'S ALIIIIVEEEEEEEEE
BWAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA