quarta-feira, 10 de março de 2004

Fui de metro...

... e sentou-se à minha frente um senhor que cheirava a fondue de queijo.

Por momentos ainda pensei em barrar um bocadinho de pão nele, mas achei que ele se podia chatear com as migalhas. Ao fim ao cabo, cheirar a fondue de queijo é algo importante e uma pessoa que cheira assim não deve ser importunada com actos mesquinhos do povo subordinado.

Noutra situação fui também ao lado da Grande Elefanta, a mãe do glorioso Shaka-Zulu, que ostentava um portentoso casaco de peles, provavelmente de urso castanho da Sibéria, e que ocupava, à vontadinha, 1/3 da carruagem. Quando saí fiz-lhe uma vénia, o que a deixou algo perplexa, talvez por pensar que nunca seria reconhecida tal discreto era o seu disfarce.

Aconselho ainda vivamente a quem andar de metro, durante a hora de ponta, a sorver fortes lufadas de ar vitamínico. "Vitamínico" dizem vocês? Sim, vitamínico, pois o ar do metro cheira exactamente a umas vitaminas que tomei em tempos e que sabiam horrivelmente mal. Por isso o ar do metro é bom e saudável, e se puderem, escolham ficar debaixo daquele sovaquinho que deixa antever uns pelitos já cristalizados com desodorizante ressequido.

Andar de metro é bom e faz bem.

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