quarta-feira, 31 de dezembro de 2003

Balanço do ano - 2003

Chegamos ao fim de 2003 com 5 meses de posts, mais de 7500 visitas, uns 15 blogs que nos linkaram (obrigado a todos) e um certo gozo e orgulho pela obra feita.

Para 2004 desejamos neste blog:

- Actualizar a secção de links, que está morta desde o 1º dia;
- Aguentar o ritmo dos posts diários;
- Aumentar o nonsense, gozando com tudo e todos;
- Editar um livro (talvez uma compilação das Ginas do Spade...)
- Arranjar amantes (candidatas, deixem o vosso contacto nos comments...)
- Enriquecer (aceitam-se donativos - indiquem o v/ nº de cartão de crédito nos comments)
- Emagrecer 5 kgs (ver "arranjar amantes")

E deve chegar...

Selecção italiana em Bragança

Ainda na sequência da ida a Bragança, destaco uma informação curiosa - a selecção italiana estará sediada em Bragança durante o Euro 2004.

Sendo que:

- O estádio do Euro mais próximo de Bragança está a 220 kms;
- O aeródromo tem voos diários para apenas 15 passageiros de cada vez;
- A IP4, que liga Bragança ao Mundo é uma violência de curvas apertadas e mortes frequentes;
- o calor absurdo de 35ºC para cima durante o verão...

...resta-me concluir que as motivações dos italianos são outras.

Atiro para a mesa as mais prováveis:

- As brasileiras em Bragança;
- As ucranianas em Bragança;
- As moldavas em Bragança;
- As checas em Bragança;
- As espanholas ali perto em Zamora;

Como complemento a estes "pratos de cozinha internacional", acredito que os verdadeiros motivos dos italianos tenham sido as alheiras de Mirandela e os presuntos de Chaves, esses pratos tão típicos de... Bragança!?

segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

Natal em Bragança – aspectos lúdicos

Por motivos familiares, o Natal é em Bragança nos anos ímpares. À margem das festividades, aproveitei a presença na cidade para abrir os olhos e ver se havia brasileiras, daquelas que tanto excitaram os repórteres da revista TIME.

Pois bem, anuncio que vi apenas uma, num supermercado, às 3 da tarde, acompanhada de uma colega de profissão, que pela aparência deveria ser de algum país de Leste.

A que vi não era bonita. Nada mesmo. Mas a pouquíssima roupa que trazia, associada ao decote tremendo (deixem-me repetir: tremendo), e conjugando isto com os 2 graus centígrados que fazia na rua, faz-me pensar que seria rapariga muito acalorada.

Acrescento ainda que na noite da consoada, já pelas 2 da madrugada, passei por acaso em frente a uma casa de meninas brasileiras. Estava aberta! Um verdadeiro serviço público aos cavalheiros solitários, que de outra forma estariam sozinhos a carpir mágoas em casa. Além de ajudar meninas estrangeiras, longe da pátria, a passarem um Natal em boa companhia. Mas o que é que a TIME tinha contra isto afinal? Queriam eles ter brasileiras…

sábado, 27 de dezembro de 2003

revivendo o passado com a Gina

A quadra natalícia inspira os momentos de nostalgia dos tempos de infância e de procura de beleza que nos anime a alma.

Imbuído desse espírito, comecei a tentar recordar-me de elementos da minha infância que fossem verdadeiros hinos à beleza e à capacidade do espírito humano de transmitir a felicidade e tudo o que há de bom na vida. Pensei em muitos objectos que fizeram parte do meu quotidiano infanto-juvenil que poderiam servir de símbolos para este espírito - o yo-yo, o spectrum 48K, o "Flores para Crianças", o "Órgão Mágico" do mestre Eurico A. Cebolo... -, mas cheguei à conclusão que no período da adolescência o objecto que mais fortemente simboliza a mais pura criação artística do ser humano enquanto tal é sem dúvida... a revista Gina.

Para quem não a conhece (e sim, há pelo menos um leitor que nos segue de Évora que já me confessou publicamente não ter ideia do que seja a Gina, o que não augura muito de bom para a sua vida futura, a ver vamos...), a revista Gina (de seu nome completo "Gina - Histórias Sexy Internacionais") era uma revista porno que se vendia em praticamente tudo o que era quiosque de jornais. Trazia normalmente duas histórias (por vezes uma mais comprida), profusamente ilustradas e acompanhadas de textos literários do mais alto calibre. Infelizmente, já não é publicada, mas com alguma insistência é ainda possível encontrar exemplares à venda.

Recentemente, tive a felicidade de encontrar uma loja na antiga Feira Popular de Lisboa que apresentava um interessantíssimo conjunto de números antigos da Gina, dos quais escolhi 10 para levar para casa como recordação - o meu sonho é poder um dia mostrar aos meus filhos como é que o seu pai, na adolescência, descobriu a beleza poética da intimidade entre homem e mulher, bem como uma profusão de novas palavras (nunca me esquecerei do que significa "crassatela"). Foi desse conjunto de 10 revistas que resolvi fazer uma pequena selecção de textos para poder divulgar a arte dos escritores anónimos que incansavelmente, número após número, criavam com a maior sensibilidade poética os textos que acompanhavam as bonitas fotografias de cariz porno que enchiam as páginas dessa verdadeira instituição da adolescência de tantos rapazes de Portugal - a Gina.




(aviso: os textos são transcritos tal como aparecem na revista, com erros e tudo, para manter intacta a poesia que exala destas palavras)


* * *

Gina 104 - Tete-a-Tete
As mulheres são como os discos...- suspira Guy. - Tudo depende do lado que se toca... E que agulha se utiliza... Para dela retirar belas melodias...
E para que ela dê melhores melodias, ele aumenta mais as estocadas na sua gruta, o que a fez estremecer de gozo.

(...)
- Entretanto, vamos mudar o lado do disco, de forma que a agulha fique por baixo... Para ter-mos nova melodia... - E, dizendo isto, ela salta para cima dele, tomando a rédea...
- Tu nem me deste tempo para tirar o vestido...
- Ooohhh... Ooohhh... Parece que sinto o som de flautas...
- Tu esqueces-te que a minha flauta também sabe todas as melodias... - suspira Guy.



* * *

Gina 103 - "Corrida Sexy"
Costuma dizer-se que os extremos se tocam, o que desta vez é especialmente aplicável ao caso de Natasha e Gunther. Ela é uma morena e fogoza beldade com sangue cigano... Ele é um frio loiro, mas que sabe acender uma verdadeira paixão sempre que se encontram juntos. Como naquela manhã em que resolveram dar um passeio de bicicleta... Mas o passeio acabou por ficar adiado e em vez de montarem nas bicicletas, resolveram montar um no outro.
(...)
- Oohhh... Isto é muito melhor do que montar uma bicicleta, ainda que não tenha guiador...



* * *

Gina 84
Charly, tem uma nova empregada!
É uma jovem côr de ébano, com um corpo escultural e um par de mamas, capaz de pôr em pé o membro de um morto.
Seus olhos transmitem desejo e luxúria e sua boca, de lábios grossos é um convite obsceno a uma chupadela que se prevê, ser de endoidecer o macho mais exigente.
Ela roça as suas grandes mamas pelo patrão, enquanto ergue a sua mini-saia mostrando os slips transparentes que não encobrem a sua opulenta racha.
Passa-lhe um braço sobre os ombros acariciando-lhe a nuca, com um sorriso provocante a bailar-lhe nos grossos lábios, entreabertos, numa promessa.
(...)
O redondo traseiro, que se oferece impúdico, é uma sinfonia erótica e sensual que vibra nos orgãos sexuais de qualquer macho, como uma dádiva dos deuses.



* * *

Gina 86 - "O Jardineiro Sexy"
O seu reportório de posições sexuais era bastante vasto e lembrou-me a madressilva que floresce em todos os lados sem qualquer dificuldade.

* * *


Caramba, repararam bem? Que outra revista falaria em "opulenta racha" ou numa "sinfonia erótica e sensual que vibra nos orgãos sexuais de qualquer macho, como uma dádiva dos deuses"?... Por mim garanto-vos - trocava todos esses dvds porno e revistas alemãs que se vendem agora nas sex-shops (segundo me contam, que eu disso não sei muito) por novos números da revista Gina. Isto sim, é poesia e sensibilidade. Ideal para a época que se atravessa... :')

segunda-feira, 22 de dezembro de 2003

Em português nos entendemos

Cena de pugilato num bar. O indivíduo causador é expulso por um agente da PSP que o arrasta para a rua. Por entre braços que o agarravam, o agressor alegava que não tinha causado distúrbios nem tinha provocado a cena de pugilato:

"EU NÃO AGREDI NINGUÉM... NEM FISICAMENTE, NEM VERBALMENTE, NEM PUGILATAMENTE"

Os meus parabéns ao senhor agente, que conseguiu manter o ar impávido e sereno perantes tais argumentos.

sábado, 20 de dezembro de 2003

Bom link sobre Blogs ingleses

O mundo dos blogs ingleses, de acordo com os prémios do respeitável "The Guardian".

A laçada feminina

Em tempos idos, dizia-se que uma mulher conquistava o homem pelo estômago - uma cozinheira prendada teria casamento assegurado.

Em tempos ainda recentes, dizia-se que a mulher, para estimular o ímpeto matrimonial no companheiro, engravidava. Resultados quase sempre garantidos, a julgar pelo número de amigos meus que ficaram gravidamente apaixonados.

Hoje em dia, os homens andam distraídos, e venho alertar para o mais recente método de laçada casamenteira em uso na praça - a compra de uma casa em conjunto.

Qual igreja qual quê - o verdadeiro casamento acontece na escritura, perante o notário e o Banco. A igreja é já um pro-forma, uma festarola para a família e amigos, em que a noiva se veste de branco imaculado, como sempre sonhou.

Bom mesmo seria levar um padre à escritura - abençoava as assinaturas e as alianças, metia €100 de comissão ao bolso e ala que se faz tarde. Sô Cardial Patriarca, para quando o casamento nos notários?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

Crise na brigada de trânsito

Aguardo ansiosamente mais demissões na brigada de trânsito, o que só pode ter consequências positivas:

- menos multas na estrada
- um Santo Natal, sem patrulhas nas principais vias
- menos cromos militarizados na TV, a alertarem para a chuva, as ultrapassagens, etc.
- redução do défice público, por via da redução da massa salarial da BT da GNR
- redução de custos com aparelhómetros de detecção de radares
- aumento da velocidade média de circulação nas estradas
- e muito mais, tivesse eu tempo e pachorra, a estas horas...

Porque não se extingue a Brigada de Trânsito? Não somos nós, contribuintes, que pagamos os salários deles? Acabe-se com este desperdício de dinheiros públicos. São os salários deles, as fardas larilas, os custos com tribunais para julgar os polícias que andam a extorquir dinheiro nas estradas, o combustível gasto pelas patrulhas, pá, tanta coisa, que se eu tivesse tempo e pachorra, a estas horas...

Eu assumo o negativismo do post. Talvez me sinta influenciado pela cartinha recebida lá em casa a recomendar a entrega da minha Carta de Condução, por um mês... uhm...talvez...

terça-feira, 16 de dezembro de 2003

O piolhoso

Com tanto para mostrar sobre a captura de Saddam Hussein, os ianques escolheram as imagens da inspecção médica à barba, cabelo e dentes, numa tentativa de retratarem o ex-ditador como um piolhoso de dentes podres.

Parece-me um desperdício de marketing. A maior parte do mundo civilizado já tem uma imagem muito pior desse indivíduo.

Como diria um colega meu, giro, giro, era filmar o gajo a enterrar a dentuça podre num belo Big Mac, e a emborcar uma Coca-cola. Não devem é ter conseguido os patrocínios a tempo...

Ainda por cima fizeram-lhe a barba. Sem que a Gilette, que andou anos atrás dos ZZ Top, pudesse entrar nesta história com alguma publicidade.

E já que o cataram, não houve nem um anúncio ao Quitoso? Mas estamos a brincar? Estes ianques parecem uns amadores...

E, e, e, e o bigode?! Uhm? Deixaram-lhe a bigodaça para molhar no caldo verde? Ou foi uma exigência de grupos ecologistas, para preservar uma colónia diminuta de piolhos de alguma especie em perigo?

E por fim, vem agora a filha do Saddam defender o paizinho, olhem lá onde vai ser o julgamento, coitadinho, etc e tal? Mas também esta? Mas ninguém percebe peva de comunicação e marketing? Uma gaja que mal tem mamas acha que irá conseguir um destaque sério nos media ocidentais? Oh santa inocência... alguém que lhe arranje algodão.

Homenagem a Manoel de Oliveira...

...mas sobretudo ao Gato Fedorento, do qual reproduzo na íntegra o seguinte post:

"JUSTA HOMENAGEM? O 95º aniversário de Manoel de Oliveira foi mais uma ocasião para enaltecer a carreira do realizador. Apesar de tudo, não estou certo do contributo do cineasta para a evolução da sétima arte. Se é verdade que o Manoel de Oliveira não teve culpa de nascer ainda o cinema era mudo, o mesmo não se pode dizer de andar há anos a fazer-nos crer que o cinema é paralítico. TD"

Nunca uma só frase resumiu tão bem a obra de Manoel de Oliveira. E nem vale a pena acrescentar mais nada.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

Experiência científica

Objectivo - Analisar o comportamento dos diversos espécimes face ao mítico Pastel de Belém;

Material necessário - 4 caixas de pastéis de belém, bastantes guardanapos, canela e açúcar.

Indivíduos a analisar - 2 russas, 2 alemães, 2 suiços, 2 ingleses, 1 holandês, 1 belga.

Resultados registados:

- 2 Russas - Enfiaram de imediato um pastel inteiro pela boca abaixo. Quando alertadas para o facto de existir canela e açúcar para condimentar o pastel, sacaram de imediato mais um pastel dos pacotes, encheram-nos de açúcar e canela desrespeitando as regras básicas das medidas culinárias e enfiaram de uma só vez o pastel na boca. Os restantes pastéis dentro do pacote foram retirados do local da experiência por motivos de segurança e de garantia de continuidade do processo experimental.

- 2 Alemães - Inspeccionaram o pastel de cima a baixo, cheiraram-no, sentiram-no. Perguntaram como se chamava em Português, tentaram várias associações para a língua deles às quais eu ia respondendo afirmativamente a todas elas (queria era que se despachassem a comer a porcaria do pastel), admiraram-no, apreciaram o processo de colocação do açúcar e da canela, quiseram saber a sua história e a árvore genealógica daquele pastel em particular. No final, um não quis comer porque tinha umnãoseioquênabarrigaqueamimmepareceramgases e o outro não quis comer porque tinha uma pastilha elástica na boca.

- 2 Suiços - Os suiços lamberam-se todos com o pastel. Acharam que era uma invenção fantástica e tentaram sondar quem possuia os Royalties da produção.

- 2 Ingleses - Comeram o pastel de belém como se fosse um bocado de côdea de pão. Após uma análise mais cuidada constatei que comem tudo como se fosse um bocado de côdea de pão não mostrando qualquer reacção diferenciada consoante o paladar do alimento. Julgo que este se facto deve aos séculos a comer a "gastronomia" inglesa que adormeceu (ou, qui ça, matou mesmo) as papilas gustativas.

- 1 Holandês - Pegou no cartucho de pastéis que estava aberto. Achou que estava leve e pegou no outro por abrir. Perguntou como quem não quer a coisa se podia ficar com aquele "restinho" e foi comê-los para um sítio escondido. Aparentemente gostou pois voltou para analisar o peso dos restantes pacotes.

- 1 Belga - Troquei-lhe a canela por cianeto. Devido à sua "indisposição" não consegui chegar a nenhum resultado conclusivo. (MMNNNHHHHIIAAAAHAHAHHAAHHAAHHAHAAHHA) ->(gargalhada maquiavélica).

Próxima experiência - Analisar o comportamento dos diversos espécimes face aos míticos Túbaros.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2003

O que eu quero ser quando for grande...

Todas as crianças têm um sonho para quando crescerem. O meu era ser alpinista, mas por alguma razão nunca aconteceu. Hoje, quero ser blogger profissional, mas estou ainda com dificuldades em arranjar patrocínios.

Acho que quanto maior a certeza de uma profissão futura, maior a motivação e consequentemente sucesso no ensino. Deste modo, proponho a criação das seguintes disciplinas em todos os colégios, jardim-escolas, infantários e todas as outras associação não criminosas que alberguem crianças com idades inferiores a 6 anos:
- Alpinismo fácil - Da teoria à prática. Ideal para futuros alpinistas.
- A arte do bisturi - Abre o teu gatinho em casa e vê de que ele é feito. Para jovens aspirantes a médicos veterinários. Gatos e outros animais naõ incluidos.
- Bombeiro ou pirómano - os dois lados do fogo. Para os miúdos que dizem que querem ser bombeiros, mas que não compreendem se gostam de causar ou apagar fogos.
- Educação de fedelhos ranhosos - educa os teus amigos. A escolha de um amiguinho e tentativa de educá-lo, avaliando a capacidade do indivíduo para educador de infância.
- Adolescência eterna - uma opção de vida. Consiste em komessar a eskrever assim, nao pagar ax propinax e extar 12 anus a tirar um kurso de hixtoria da arte barroka.
- Funcionalismo público - uma arte refinada Entrar no infantário às 9:30, sair às 16:45, dizer que qualquer actividade proposta não pertence ao seu departamento e demorar 16 dias a fazer um desenho que com o devido empenho seria realizado em 2 horas. Esta disciplina é das mais concorridas, pois o individuo tem aqui iniciação aos computadores, de modo a avaliar as suas capacidades para quatro importantes aplicações: Freecel, Solitário, Minesweeper e Copas.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

O Natal, o maior sucesso de marketing a seguir ao Restaurador Olex

Ahhh Natal a chegar. Começamos a sentir-lhe o cheiro no final de Setembro (ainda me lembro quando era só em Dezembro) e depois é um ver se te avias até ao final de Janeiro. O carinho, o amor e todas essas coisas boas que as Miss Universo desejam para a rapaziada, mais o fim da fome nos países desenvolvidos e o aparecimento do UMTS nos países de terceiro mundo.

As prendinhas a oferecer começam a popular as cabeças do povo, colocando em euforia os neurónios dedicados à prendofonia, trocando entre si impressões sobre o que oferecer ao tio Alfredo, à vizinha Arminda, ao rapaz do 4º Dto dois lotes abaixo, aos 24 cidadãos que passaram na rua e por acaso tinham um ar familiar, ao senhor Rudolfo da merceria, a todos os funcionários da carris que tenham ajudado a picar o módulo e a quem mais vier.

Todos os anos se cai nas mesmas rotinas: os perfumes, loções after-shaves, desodorizantes (uma vez deram-me um, de marca "Insignia", que tinha a particularidade de desentupir o nariz não por 6 a 8 horas, mas enquanto o cheiro a sovaco não dominasse), cremes, cachecóis, peúgas, molduras, camisolas (generalizemos - ROUPA), livros (tipicamente os livros da moda), chocolates, coisas inúteis feitas em PVC tipicamente vendidadas em lojas como a Funny e a Michele K e que por mais que nos esforcemos nunca lhes conseguimos dar uma utilização satisfatória, CDs (que 98% das vezes não gostamos), peluches... enfim, poderia continuar mas certamente nunca iria terminar. Todos os anos me esforço por manter um ar surpreso quando abro o embrulho, e todos os anos faço o meu ar de "Eina, fantástico, obrigado Madrinha Cinda, era mesmo umas peúgas verde alface que eu estava a precisar para levar para o trabalho. Assim consigo combinar com a gravata rosa choque com riscas cinzentas e castanhas que me ofereceu o natal passado. Eina, estou mesmo contente, uau, bestial, que baril Madrinha (as madrinhas acham que baril é um termo orgásmico e ficam mesmo sensibilizadas e continuam com as merdas de prendas todos os anos. Se calhar devia mudar para o método "porra madrinha, enfie as meias no cú para ver se mudam de tom, que caraças")". Claro que isto é dito com um ar convincente e é graças a muitas horas de treino que consigo obter os resultados pretendidos.

Coisas que eu gostaria de receber, que tenho a certeza que ainda não vai ser este ano, e que espero que ajudem as multidões (de neurónios) que nos lêem a mudar a maneira de surpreender as pessoas:
- Um arenque ventríloquo veterano da guerra. Animais de estimação são sempre bem vindos mas gatinhos, cãezinhos e ratinhos já são demodé. Um arenque é simpático, tem aqueles olhinhos ternurentos e faz sempre uma calorosa recepção quando chegamos a casa. O facto de ser ventríloquo dá um ânimo especial à casa quando recebemos os nossos amigos e o facto de ser veterano de guerra torna-o responsável e excelente em auto-defesa. Eu sei que é dificil arranjar arenques veteranos de guerra, mas julgo que ainda há muitos refugiados nas piscinas de concentração da Docapesca de Sesimbra;
- A versão nepalense do "Quem mexeu no meu Iaque" - Um must to have na minha opinião. Profunda e sincera, esta obra não vai deixar impávido e sereno quem a ler;
- Uma sanita "puff". Sim, os puffs estão agora na moda (mas que raio, como é que se escreve esta merda? É puf, puff, pouf?????) mas eu quero um versão sanita. Na realidade não tem esferovite e é muito giro porque podemos contar com os nossos amigos para ajudar a enchê-lo através de horas de caganeira em ambiente de pura diversão;
- Uma rectroescavadora, sim, para ir para o trabalho, estacionar no parque do Colombo, passar na via verde, apitar aos queques à porta do BBC enquanto levo a pá da frente cheia de vacas ruminantes, e para ver os arrumadores do Ritz a sofrerem a estacionar aquela coisa;
- Um badalo de sino de mosteiro de Chaolin (acho os de mafra muito abichanados), para usar como pêndulo ao peito e por fora da camisa (a minha vertente de pseudo-emigrante a vir ao de cima) ou simplesmente no bolso, a servir de porta-chaves. ("desculpe, isso é o pêndulo de sino de mosteiro de Chaolin que tem no bolso, ou está contente por me ver?");
- Todos os programas do TV Rural do Sousa Veloso em DVD, com extras como os apanhados das gravações do 70x7, os melhores genéricos dos créditos de telenovelas portuguesas entre 1983 e 1987 (tem que ter a "Vila Faia" senão não quero), as mensagens revolucionárias passadas subliminarmente pelo Vasco Granja e as cut scenes do filme "Branca de Neve" de João César Monteiro;
- Uma perna de perú em cera, para colocar na mesa de cabeceira;
- Um poster do Bardamerda Pinheiro, com o seu casaco com bolsos de vaca animados;
- O blog do Quarto Segredo em braile;
- Uma colecção de cera de ouvido dos diversos povos do mundo, devidamente identificada e catalogada e com pedaços em tamanho suficientemente grande para se poderem apreciar através do tacto, olfacto, paladar e visão.

Um santo natal para todos vós e boa sorte para as prendas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2003

Apertem os cintos que esta vai doer...

Estava a aterrar em Genebra. Naturalmente, o avião ao aterrar fez algum barulho acompanhado de alguma turbulência (convenhamos que aterrar de pantufas um bisonte daqueles é difícil).

Perante o barulho e a turbulência, a senhora ao meu lado vira-se para o marido e diz:
“Vês, este aeroporto tem mais pedras”.

E pronto, fiquei a saber que o aeroporto de Genebra é na realidade uma estrada romana, só comparado ao aeroporto de Óbidos, onde aterram também com barulho e turbulência os Boeings daqueles de 2 andares. Nem quero imaginar o aeroporto de Creta…

Fátima - as estatísticas.

Consultar as estatísticas sobre os visitantes do Quarto Segredo da Fátima é sempre uma actividade interessante, nomeadamente a consulta às pesquisas que esses mesmos visitantes fazem no google e motores de busca afins e que acabam por trazê-los até aqui.

Fazendo uma análise a algumas das pesquisas que têm sido feitas nestes últimos quatro meses e picos, julgo que podemos dividir os visitantes que deram com o nosso site através de pesquisas em motores de busca por quatro grandes grupos: os porno-simples, os porno-idiotas, os desiludidos e os dementes. Para uma melhor compreensão sociológica de quem é o público alvo deste blog, passo a descrever cada um dos grupos.

I. Os porno-simples - este grupo é constituído pela malta que passa os dias na net a pesquisar sites porno. O facto de darem com o nosso blog através dessas pesquisas deve causar-lhes alguma irritação, no entanto não param de cá vir. São os visitantes mais comuns e dão com o Quarto Segredo através de pesquisas como:
- famosas portuguesas nuas
- fotos suecas nuas
- gajas portuguesas
- garganta funda
- fotos nuas da Marisa Cruz
(esta é recorrente...)
- porno caseiro em Portugal
- miudas nuas em fotos gratis


II. Os porno-idiotas - este grupo é um pouquinho mais refinado que o anterior. Trata-se de pessoal que vai para os motores de busca à procura de sites porno, mas que faz pesquisas por termos e expressões tão rebuscados que convenhamos, só por milagre encontrariam algo de jeito - assim sendo, o facto de virem parar à Fátima nem é mau de todo, pelo menos dão com um site de alto valor social e cultural e pode ser que aprendam algumas coisas por cá. Alguns exemplos de pesquisas efectuadas por este grupo:

- meteção com animais amadoras (meteção?...)
- fotos de famosas portuguesas como vieram ao mundo
(mas alguém pensa encontrar sites que tenham esta frase?!)
- fotos raparigas faculdade de Lisboa nuas
(o que me espanta é o preciosismo desta pesquisa - não podem ser raparigas da Beira Interior ou de Coimbra ou do Porto... não, têm de ser da faculdada de Lisboa!...)
- minha mulher fotos sexo portugal
(este senhor deixa a mulher andar por aí à solta?!...)
- ratas peludas
(enfim...)
- picha de homem
(de homem?... mas queria que fosse de quê?...)
- fotos mulheres nuas camisola
(contradição idiota... são nuas ou com camisolas?...)
- as portuguesas gostam de levar no cu
(não percebi se este tipo estava a pesquisar ou a afirmar...)

III. Os desiludidos - os desiludidos são visitantes que fizeram pesquisas por coisas perfeitamente inocentes no google e que acabaram por vir parar à Fátima. Imagino a desilusão de muita desta gente por ver que o site em que entraram não tinha absolutamente nada a ver com o que procuravam (de certa maneira os visitantes dos grupos anteriores também podiam estar neste, mas como fizeram pesquisas porno tinha mais piada apresentá-los em grupos à parte...)
Pesquisas já efectuadas por membros deste grupo:
- RTP tv rural
- relatório da McKinsey sobre a produtividade em Portugal
- receita de farturas
- bares de alterne em Natal
- anjo barroco
- cd das telenovelas da tvi
- gastronomia da belgica
- canibal alemão
- gravidez e animais em casa
- quarto casal moderno design
- conan bd poster
- fabricantes chavenas
- alheira de mirandela
(a minha preferida...)

IV. Os dementes - Os dementes são o grupo mais estranho e, de certa forma, assustador. Trata-se de gente que fez pesquisas completamente incompreensíveis e que, para cúmulo, vieram parar à Fátima através dessas pesquisas... Não sei bem como explicar o que faz estas pessoas procurar isto, mas a verdade é que eles andam aí!...
- postal força caminhe em frente
- maquinas alheiras
- gases emitidos por cadáveres
- bolsos de vaca animados
- qual o modelo que criou o próprio modelo da Barbie
- um dois tres botilde
- bardamerda pinheiro
- fotos das fases da decomposição humana
- pes suados
- estalada perfume



E pronto. Garanto que não inventei nada para este post - todas as pesquisas de que aqui falo foram mesmo feitas no google e sites similares, e o google (ou os outros motores de busca) listaram mesmo a Fátima como um dos resultados possíveis.

Ah, e se os senhores que pesquisaram por "bardamerda pinheiro", "bolsos de vaca animados" e "estalada perfume" por acaso vierem cá de novo e lerem isto... por amor de Deus, em que estavam vocês a pensar?!?!?!...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2003

Alors...

Hoje, título em francês.

Quem nunca ouviu um franciú dizer "Alors,..." antes de começar uma frase que atire a primeira pedra.

São profundamente irritantes, e a maldição entranhou-se também nessa estirpe de emigras conhecida por Homo Tuga Franciú. Quando se lhes pergunta "Tão pá, vieste cá passar as férias?", a resposta mais típica será "Alors, oui, cá estoue."

Pensei que era uma maldição estritamente francesa. Mais um espinho a contribuir para a minha desconsideração por essa língua larilas de tão feminina.

Apercebi-me recentemente que o português também enferma do mesmo mal.

Em português é a expressão: "É assim..."

Observem atentamente os nativos cá do retângulo e digam-me se não é verdade.

Vejam lá a quantidade de gente vossa conhecida que começa metade das frases numa conversa mais argumentativa por "É assim...".

Humilhem-nos como se fossem franceses! Chamem-lhes a atenção! Vamos erradicar essa piroseira da nossa língua. Alguma vez Camões diria isso? Cambada de afrancesados!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2003

Afónico

Raios, é oficial, estou afónico. Devido a um maldita constipação a minha voz não passa de murmúrios lastimantes. Associado a isto, vêm todas as dificuldades do quotidiano:
- Para chamar alguém que esteja do outro lado da sala tenho que:
a) Mandar um mail;
b) Atirar-lhe com qualquer coisa, e de momento as únicas coisas atiráveis que tenho à mão são o carregador de bateria do portátil e um pacote de detergente de roupa "TOTAL Concentré" de 220ml (182.6gr) e que aparentemente dá para 2 máquinas com temperaturas entre os 30° e os 60° (o porquê de eu estar no estrangeiro com um mini-pacote de detergente de roupa na minha mesa será revelado um dia, se me apetecer...)
c) Mandar uma cotovelada no mancebo aqui do lado e sinaleticamente pedir-lhe para chamar o devido receptor.
- Na casa de banho se alguém bate à porta só posso:
a) Esmifrar a voz para puxar um raquítico som. Nunca sondei a opinião da pessoa do outro lado, mas dá mesmo a ideia que estou no meio do "controlo fronteiriço da mercadoria"
b) Bater também na porta. Ridículo.
- Nas reuniões consigo colocar toda a gente com cara de esforço a tentarem perceber o que digo;
- Para atender ao telefone tenho que voltar a chamar o mancebo. (o que até dá um certo estilo, ter um secretário para atender o telefone. A ver se para a semana o gajo não percebe que já estou bom);
- Aqui chamam-me de "Godfather" por parecer com o Marlon Brando a falar no filme do Padrinho.

Enfim, o que vale é que a miúda da agência de viagens adorou a voz, por isso vou tentar decorar o som e praticar em casa, para quando estiver curado conseguir uma imitação perfeita.

Mais uma razão para as gajas irem aos pares às casas de banho

A Tasqueira colocou uma magnífica tese sobre as razões pelas quais as gajas vão aos pares às casas de banho.

Só queria acrescentar mais uma: pessoalmente acho que as gajas vão às casas de banho aos pares por uma razão "acrobaticohigiénica"... sim, como aquela porcaria é pública, e porque as gajas estão condenadas a sentarem-se para qualquer evacuação de dejectos (ou não, de acordo com o último post do Blitzkrieg), dezenas de rabos passam pelos tampos das sanitas.
Ora como as babes não querem correr o risco de ficar com as nádegas coladas às diversas camadas de gosma do tampo da sanita, têm que ficar de joelhos flectidos e a mirar o alvo. Como é uma posição cansativa e que requer um elevado grau de perícia, levam sempre uma ajudante para as segurar pelos braços. Se pensarmos bem, podemos fazer uma analogia com os bombardeiros, que levam sempre dois tripulantes... um para conduzir, e o outro para mirar e disparar.

Tasqueira, um grande bem haja para ti.

P.S. - À semelhança da análise da idade de uma árvore pelas diversas camadas de madeira, será que se consegue analisar a idade de uma sanita pública pelas camadas de gosma lá acumuladas.

Más macho que camacho!

Depois da Bratwurst, sai um título em espanhol... mas é uma expressão adequada para o que vos vou apresentar: um cone mijatório para mulheres.

Nem mais, amigos e amigas. Vejam a animação gráfica.

Finalmente, as meninas podem urinar de pé, à homem. Isto deve ter um mercado tremendo em Portugal, considerando que a maior parte dos homens rega generosamente o tampo das sanitas. Oh Tasqueira, tu que és gaja, usavas isto?!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2003

Bratwurst*

Tentei passar olimpicamente ao lado da notícia, mas algo me perturba.

Temos então um canibal alemão, que convenceu (?!?) um indivíduo a ser comido vivo e morto, literalmente comido. Iniciam juntos o repasto, e decidem começar pelo pénis - zás - cai o cutelo, salta o pénis, o outro esvai-se em sangue, enquanto se decidem a comer - juntos - aquele pedaço tão simbólico de carne humana.

Algo me perturba aqui.

Então e os condimentos?! As notícias são omissas.

Ainda imagino o canibal a dizer "isto ficava bem a marinar em vinha d'alhos de um dia para o outro", mas o doador, a ficar sem pinga de sangue, deve ter dito que também queria provar, pelo que o condimento deve ter sido outro. Mas qual?? Massa de pimentão? Frito simplesmente em azeite e alho, aberto ao meio, com umas pedrinhas de sal? Afinal, mais que o bacalhau, o pénis quer alho, suponho eu.

* Bratwurst: salsicha branca, alemã, de carne de porco fresca fortemente condimentada, servida normalmente frita.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2003

Design de peças utilitárias e de decoração

Muitos hesitam em gastar dinheiro em peças de design, por se sentirem ludibriados em termos de preço.

Ofereço aqui a solução, aplicável a peças de casa, utilitárias ou de decoração. No fundo, o que fazer quando se olha para uma jarra de €500?

1. Não rir na cara do empregado da loja. Fazer um ar blasé (olhar distraído de quem quer dizer que se está a cagar porque tem dinheiro - praticar em casa)
2. Olhar de subito, e atentamente, para a peça. Procurar uma assinatura ou a marca do fabricante - ajuda a dar a ideia de entendido.
3. Pensar cuidadosamente - e aqui vem o ponto chave deste post - se uma vez posta lá em casa, aquela peça tem aspecto de poder ter sido comprada na Tribo* ou na Casa*, não comprar - é design vulgar**, pelo que não vale o dinheiro.

Fica o conselho para as compras de Natal.

* Tribo e Casa devem ser trademarks de alguém.
** Gostos não de discutem, pelo que aceito opiniões diferentes, com um ar blasé.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2003

Os estádios de futebol chineses

Houve quem dissesse por esses jornais fora: Gasta-se agora o dinheiro nos novos estádios, mas temos estádios para 50 anos, que serão a inveja da Europa.

Idiotas umbilicais.

Vejam as propostas de estádios que a China está a analisar para os jogos olímpicos de 2008.

Pessoalmente, o meu favorito é o estádio B11, pela beleza estrutural.

Por outro lado, espanta-me a incúria dos responsáveis chineses - nem um estádio dedicado ao chao min de gambas, nem um em forma de "fortune cookies", e chop sticks nem vê-los. Por Confúcio, que opções arquitecturais são estas? Onde está a cultura chinesa naqueles estádios? Nem um estádio em forma de Templo de Shaolin, pelo menos?

Aqui em Portugal, o arquitecto Tuga Pato Bravo esteve melhor, salientando aspectos característicos da nossa cultura.

No Alvalade XXI, em memória da melhor tradição do azulejo nas fachadas das casas dos emigrantes, podemos observar uma explosão de côr, que foge ao tradicional azul oitocentista, que não poderia pontuar na casa leonina, que se impunha verde.

Na nova catedral benfiquista, o vermelho da bandeira nacional, que representa o sangue derramado pelos nossos soldados na defesa do solo pátrio. No caso benfiquista, simboliza adicionalmente o tom vermelho escuro de um arrozinho de cabidela de águia, numa ode à culinária nacional, em particular nos pratos de caça.

No estádio do Dragão, a estrutura redonda do estádio, um círculo de perfeição, um yin-yan futebolístico, uma... esperem... dragão, círculo, yin-yan? Mas aquela merda foi desenhada por um chinoca?!