terça-feira, 6 de junho de 2006

Anagramas

Os anagramas são uma daquelas curiosidades que sempre me fascinaram.
Acho piada ao conceito de pegar numa palavra ou numa frase, rearranjar as letras e encontrar outras palavras ou frases totalmente diferentes. E mais, acredito piamente que os anagramas escondem muitas vezes verdades ocultas que estão ali, à espera de serem decifradas por alguém com a paciência de procurar.

Para provar esta teoria, resolvi meter mãos à obra e pegar em algumas personalidades portuguesas para ver o que se esconde nos anagramas dos seus nomes.

Para começar, tomemos algo que não é bem uma personalidade, mas que também serve para o teste: o Parlamento. Um dos anagramas de Parlamento é peta normal, o que parece adequado, dadas as petas que normalmente por lá são ditas...
Continuemos na política... Que nos dizem os anagramas de Jerónimo de Sousa? Odiar o nome Jesus, pois claro, que a religião é o ópio do povo e nenhum comunista que se preze pode ser cristão!
Mas para além das ideologias, os anagramas revelam até os tiques da fala dos nossos políticos - veja-se o caso de Jorge Sampaio, que tem por anagrama sim ao Jorge, pá!. Já o anagrama de António Guterres desvenda a personalidade do dito enquanto primeiro-ministro: torna-te inseguro...
Experimentemos Santana Lopes... O anagrama diz... Possante anal?!... er... bom, adiante, adiante...

Mudemos para as artes, para ver se se comprova o estranho poder dos anagramas... José Saramago? O anagrama desta figura pouco simpática não mente: seja amargoso. E Margarida Rebelo Pinto? Ah, essa é aquela do mentir e plagiar obra!
Espantoso? Passemos à música, a ver o que encontramos. Sabem quem é Marco Paulo? É cá um parolo!... E os Ena Pá 2000? Na peidola, sim? (alguém se lembra do refrão da "Marilu"?...). Nos anagramas musicais, só me deparei com um mistério que não consegui explicar - o de Paco Bandeira, cujo anagrama é Abade Caprino. Não, acho mesmo que prefiro não tentar explicar esta...

Então e nós? O Quarto Segredo Da Fátima?
Bom... não sei se ponha aqui isto, mas... enfim, cá vai: o anagrama do nosso blog é Tomates do faquir da gare. (que fique bem explícito - não conheço nenhum faquir, nem tão pouco os seus tomates... mas não ponho as mãos no fogo pelos meus colegas pastorinhos...)

Para terminar, resolvi demonstrar com anagramas como Luís de Camões era um homem à frente do seu tempo. Todos conhecemos a monumentalidade d'"Os Lusíadas". Mas o que pouca gente sabe é que o épico de Camões esconde um poema séculos à frente do seu tempo, que na verdade não destoaria numa qualquer colectânea de poesia contemporânea dos nossos dias.
O que se segue é a primeira estrofe do primeiro canto d'"Os Lusíadas" ou, como se chamam na versão anagramada, "Sola Sisuda", seguida da respectiva versão em anagrama. Reparem como fica bem melhor!...


Os Lusíadas (Luís Vaz de Camões)
Canto Primeiro

As armas e os barões assinalados
Que da ocidental praia lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram inda alem da Taprobana
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
Entre gente remota edificaram
Novo reino que tanto sublimaram

Versão em anagrama:

Sola Sisuda (A Mosca Seduzível)
Rim e Anticorpo

Sandália saborosa em assessora,
Inquieta paladina tresloucada!
Nuvem dengosa, pressa encantadora...
Paparam dois bananas martelada!!
Orgasmo desse fero espreguiçar!
Faqueiro, reumatismo, acompanhada...
Oferecer, engatar timidamente
O quão vos manobrar inultimente!...

1 comentário:

Anónimo disse...

gostaria de saber como fazer o angrama do meu nome ,tenho muita curiosidade , vc pode me ajudar