A compra de uma habitação é sempre um passo importante na vida de qualquer pessoa, ainda mais quando é a primeira casa para a qual temos que pensar em tudo a partir do zero.
Econtrando-me eu nessa situação, cedo descobri que as casas são inexplicavelmente construídas sem tudo o que devem ter. Faz algum sentido comprar uma casa a estrear e não vir sequer com um piaçaba? É normal comprar uma casa e nem sequer trazer colheres de pau, panos de cozinha, ou candeeiro na despensa? Claro que não, mas foi o cenário com que me deparei. O pânico... o horror... onde na vida se compram piaçabas? Há benchmarks de qualidade para o funcionamento do piaçaba? E colheres de pau? A Proteste já se pronunciou sobre as várias marcas? Há sequer marcas de colheres de pau?
Com o objectivo de denunciar todo este escândalo do mercado imobiliário português, proponho-me apresentar periodicamente um conjunto de reflexões sobre o que é verdadeiramente equipar uma casa nova.
Como se aproxima a data da mudança, comecei a ficar preocupado por não ter mais do que uma estante de livros e, vá lá, um candeeiro de mesa de cabeceira, pelo que resolvi começar por comprar o serviço de pratos. Porquê? Achei que era o mais simples... e claro que estava errado.
Comprar um serviço, pensava eu, deveria ser extremamente linear. Escolhíamos a colecção (sim, é muito chique comprar serviços de uma determinada colecção) e pronto, mandava-se embrulhar o kit para levar. Não, desenganem-se naifs desta vida! Comprar um serviço é um verdadeiro pesadelo!! Qual a colecção? Boa escolha, mas olhe que esta colecção tem variantes, quer tudo igual ou vai misturar? Quantos pratos? Saladeiras, vão? Das grandes ou pequenas? E travessas? Temos 132 tipos de travessas diferentes. Quantas e quais vai levar? Chávenas de café, vai querer? Concerteza, e de chá? E leite? Claro que há diferenças entre as de chá e leite... e pratos grandes? E de sobremesa? E de fruta? E sopa?
...
Juro que ainda hoje olho para as actuais prateleiras de loiça da casa onde vivo e a vida me parece muito mais simples do que naquela loja do demo, onde fui bombardeado com as mais variadas abordagens de escolha de loiça. Ainda fiz um esforço para imaginar uma belíssima refeição em cada prato que me apresentavam, mas a partir do momento que, desgastados pelo massacre da loiça, começamos a imaginar o petit gateau nas chícaras de café e que saboreamos o chá na saladeira média percebemos que a tarefa não é fácil!
Orgulhoso da minha aquisição, umas belíssimas peças de uma conhecida marca, partilhei com umas amigas decoradoras a minha selecção. A resposta profissional? "Pois, o Modelo e Continente também têm coisas muito giras"... obrigadinho, da próxima vez estarei mais atento à "Dica da Semana" do Lidl
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
Casa nova - Parte 1 - O serviço
escrito por Axe @ 15:06
3 comentários:
Como te compreendo... não é fácil, principalmente quando o srº construtor é um senhor muito simpático e com ar de tasca.
A verdade é que a vida não me anda a correr muito bem. Para além de um sem número de avarias domésticas (incluindo um diluvio biblico em pleno quarto de dormir), não queria deixar de te dizer olá e de perguntar como tens passado. Talvez esteja a ser um pouco indiscreta mas o meu telemóvel para mandar sms é tramado. Desculpa quarquer coisita. Parabéns pela casita nova. Beijinhos.
:-|
Giro giro era saber quem és :-)
Já sei quem és.
Boa sorte para as avarias e para os dilúvios.
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