quinta-feira, 27 de novembro de 2003

Os urinóis públicos na arquitectura contemporânea (parte III e última)

Estamos na fase de lavagem das mãos.

Ora o utente tem agora as mãos molhadas. Encaminha-se para a máquina de secar as mãos. Tem um botão grande. Necessariamente sujo, pelos utentes que fecharam as torneiras e voltaram a infectar as mãozinhas. O que se pode fazer:

- Premir o botão com o cotovelo;
- Secar as mãos nos bolsos das calças;
- Passar as mãos molhadas no rabinho das primeiras 3 gajas de jeito que saírem do WC feminino – envolve algum risco!;
- Passar as mãos pelo cabelo, reforçando o wet look.

Arquitectos, as maquinetas mais uma vez têm de ser aquelas com sensores. Papel é pouco ecológico, toalhas ainda pior.

Nisto, chega o momento de sair do urinol público. Numa perspectiva funcional e arquitectónica, importa que estejamos perante uma porta tipo saloon, onde uma carga de ombro ou um pé em riste podem garantir a sua abertura com segurança e limpeza.

Limpeza?!, pergunta o incauto leitor. Sim. Voltando ao provérbio francês, todos aqueles de mangalho sujo que não se dignaram a lavar as mãos depois do mictórico acto lambuzaram a porta à saída com matérias que vou evitar descrever.

Termino assim o meu contributo para o design de lavabos públicos, que tentarei publicar nos cadernos de arquitectura.

Aceitam-se recomendações e informações para a lista negra dos lavabos a implodir com urgência. Não se preocupem em listar as instalações sanitárias da Rodoviária, da CP, da C.M. Lisboa, ou do metropolitano. Já estão na lista.

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