* O nome de Carlos Cruz foi alterado para garantir o seu anonimato
Lisboa, dia p+14
Tenho evitado os chuveiros da prisão, com medo que me escorregue o sabonete... há muita gente a fazer ameaças.
Tomo banho na água que trago na bica do café. É pouca mas dá para as partes íntimas.
A Ramela visitou-me hoje. Disse que a TVI já não está lá fora. Demorou-se pouco porque o Já Fermentas tinha o carro mal estacionado à porta da prisão. Mas porque é que este gajo anda sempre em cima da minha mulher? Ainda mudo de advogado!
Fiz um requerimento ao Director da prisão. Pedi um rato e algumas pulgas - gostava de montar um pequeno número de circo, como vi num filme na televisão, para ver se ocupo o tempo. Vamos ver. Talvez seja aprovado.
Ontem no DIAP voltaram a fazer piadinhas. "Sr. Cruzeta, troque lá isso por miúdos... ", engraçadinhos! E riem-se, os parvos. Se me apanho fora daqui, faço-lhes como o pretalhão no Pulp Fiction, que disse "I'll go medieval on your ass!!". Nota mental - pedir à Ramela para comprar um maçarico de acetileno...
E continuo preso. Mais um dia. Kafkiano. Muito kafkiano...
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004
Carlos Cruzeta* - os diários da prisão 2
escrito por Blitzkrieg @ 21:48
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