quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

Manual de procedimentos - como passar o tempo num casamento

Todos atravessamos a fase em que todos os nossos amigos e primos decidem casar - dura 3 a 4 anos no pico (+ de 5 casamentos/ano) e depois abranda.

É uma fase dura, com muitos fins de semana cheios de sol e a prometerem praia, estragados.

A parte dura - a cerimónia na igreja - pode ser suavizada com algumas medidas simples:

Esmurrar a caixa de esmolas - escolher um lugar junto à caixa de esmolas, e aproveitando o coro de "Oremos ao Senhor", esmurrar a caixa violentamente. Se sair jackpot, pagar cervejas aos amigos à saída da Igreja.

Fazer a onda - alinhar os amigos todos em 2 filas na Igreja, e após cada sim dos nubentes, fazer a onda acompanhada de um grito colectivo de "Aleluia". Desentorpece as pernas e anima a cerimónia.

Executar cânticos russos - embora os padres sejam habitualmente pessoas pouco ecléticas, e portanto pouco receptivas a inovações como folclore russo nas igrejas portuguesas, é sempre um acto pujante cantar em coro - durante o beijo nupcial - esse clássico russo que é o "Vai lá ka líiinguaa, ka líiinguaa, ka líiinguaa; Vai lá ka líiinguaa, ka líiinguaa, ka líiinguaa!".

Música clássica - se o casamento tiver uma parte de cânticos religiosos, tirar à sorte (entre os amigos) alguém para interpretar a solo o "Ave Maria" de Schubert. O mais provável é sair dali uma dose de cantoria esganiçada, de levar às lágrimas meia igreja, seja de riso ou de dor de ouvidos.

Contagens - se tudo o resto falhar, procurar algo mais interessante para fazer do que ouvir a cerimónia, como por exemplo contar os azulejos ou os vitrais. É sempre útil, como icebraker, dizer que a Igreja de Sta. Qualquercoisa tem 27 vitrais e mais de 600 azulejos... bem, quase sempre.

Nota final, só para gajos solteiros: passar a cerimónia a procurar as gajas com o melhor decote e aparentemente disponíveis - ajuda a determinar as melhores mesas no respasto pós-fotos.

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