quarta-feira, 22 de outubro de 2003

A importância de bem vestir

Novo colega no trabalho. Para funções extremamente delicadas, era imperativo que as primeiras impressões causadas por este novo colega fossem das melhores, deixando antever confiança, coerência, um alto grau de autonomia, uma boa dose de "desenrascanço" e um carisma ao seu mais alto nível.

Eis que ele chega. De fato preto completo, com um colete preto, uma camisa bordeaux escura e uma gravata ainda mais escura (estamos no norte da europa, onde algo fora do normal (fato cinzento escuro com camisa azul clara e gravata azul escura) é permitido). Até agora tudo bem, a impressão não foi das piores. Ao esticar o braço, deparamo-nos com um relógio com a cara do Capitão Hadock (o companheiro das aventuras de Tintim). Bem, como o colega é belga achamos que tem uma devoção fanática por Hergé, pelo que o facto até passa por pitoresco.

Convidamo-lo a sentar, e no momento em que o faz, as suas calças sobem uma mão e meia acima do nível dos tornozelos e exibem as meias brancas do Snoopy.

Quer-se dizer... meia branca com fato preto (vulgo "pé de gesso") já é mau, mas com o snoopy ainda é pior. Como é que é possível levar este gajo a sério? Se ainda fosse uma das personagens do famoso Milo Manara (famoso autor de BD erótica), talvez ainda passasse mas, com o Snoopy??

Hoje as meias são do Garfield, mas o tom cinzento já as fazem passar despercebidas. Amanhã, quem sabe, talvez traga umas meias do Astérix (o que duvido, pois fiquei a saber que os belgas não vão lá muito com a cara do Uderzo) ou do Mickey. Eu que sou fã do sistema de comprar os 20 pares de meia pretas (como referido pelo Blitzkrieg num post anterior) devido ao reduzido esforço a emparceirá-las, minimizando ainda a perda quando uma meia desaparece, nem quero imaginar o pesadelo semanal deste colega, tentando emparceirar o Snoopy com Garfield e o Bart Simpson com o Donald, criando o maior forrobódó jamais visto no universo da BD.

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