sexta-feira, 31 de outubro de 2003

O 3º "mensário" da Fátima

O Quarto Segredo fez 3 meses, com números de que nos orgulhamos, até por nunca termos publicitado ou linkado o site com grande fervor – mais de 4000 visitas e 44 países.

O nonsense e a vida diária com pitadas de humor tornaram-se nas linhas editoriais do blog. Pessoalmente, estou contente com o resultado. Tem dado gozo, e está a valer a pena ver que outras pessoas também gostam.

É bem verdade que a maior parte das visitas apareceu pelos motivos errados – este blog não é um site porno como metade dos visitantes deduziu. Não há fotos de nenhuma Fátima. E muito menos um site religioso. No entanto, sinto que defraudámos todos esses visitantes de membro eréctil (inclui os religiosos...) pelo que me disponho a escrever uns posts parvo-eróticos. Em breve…

quarta-feira, 29 de outubro de 2003

Táxi

Chamei um táxi. Desço as escadas aparentando algum nervosismo, pois faltavam 40 minutos para o meu vôo. O taxista, com ares de membro efectivo da Al-Qaeda com um forte grau de miopia misturado com estrabismo, cedo compreendeu o meu ar inconfortável. Como qualquer membro da Al-Qaeda faria, resolveu ajudar-me e garantir que eu apanhava o meu avião, tentando simultaneamente bater o seu record pessoal no trajecto Sta. Apolónia – Aeroporto.

Arranca a marcha. Primeira, segunda, terceira, segunda e apita à senhora que se apresenta pelo lado direito. Corta bruscamente tal qual Schumacher na chicane de Monza, razando o polícia sinaleiro que se encontra ao pé da ponte. Este, depois do susto, volta a entrar na tasca para tomar mais uma dose da sua "pomada" matinal.

A recta até à zona dos camiões TIR é feita num ápice, sendo que estes são ultrapassados com carros na faixa contrária (irmãos Wachowski abram os olhos… este taxista pitosga ficava a matar no Matrix… literalmente a matar). As rotundas são feitas em slide, com apitadelas para os condutores rapidamente apelidados de "ceguetas" (vindo da boca deste taxista em particular foi delirante) e "desrespeitadores de quem trabalha".

Os semáforos foram alegadamente passados no amarelo mas eu cá não vi outra côr que não o vermelho – "Oh Dr., isto do amarelo é para a gente acelerar que já temos vermelhos suficientes a parar o país" (não sei se ele se referiu ao Partido Comunista se ao Benfica. No que toca a taxistas nunca sabemos bem a qual a sua onda). A rotunda do relógio lembrou-me a saudosa parabólica do autódromo do estoril, tal qual saída para a recta da meta, e a entrada do aeroporto pareceu uma entrada na box para mudar de pneus.

Paguei ao senhor e apanhei o meu vôo a horas. A cara de orgulho dele mereceu a gorjeta.

segunda-feira, 27 de outubro de 2003

Barba e cabelo, por favor

Que saudades dos antigos barbeiros de aldeia. Daqueles que a malta entra e tem garantidamente três assuntos para falar – Bola, miúdas e carros.

Antigamente é que era. A rapaziada chegava e escolhia uma revista de carros enquanto criticava os últimos comentários do treinador adjunto do Marítimo. O barbeiro, profissional já batido na arte corte, nem precisa de olhar para o que está a fazer. Reclama do jogo de Domingo, acha que os carros de hoje são umas latas que não duram nada mas que um BMW é que era, e remata que para uma bela queca não há nada como tentar em África e que sabe muito bem pois no ultramar era como se safavam. Calamo-nos e interiorizamos os conselhos, enquanto folheamos as páginas do record de há 3 meses atrás. Chegam outros clientes, adeptos fervorosos de clubes adversários, que o provocam com os resultados da liga, mas a discussão atenua quando passam as pernas da esteticista do estabelecimento 2 portas abaixo.

Chega a nossa vez. Orgulhosamente pedimos "o costume", e mesmo que ele não se lembre do que raios é o costume, também não dá parte fraca… faz o corte tradicional (um dos quatro cortes que sabe fazer) e já está. Entra um jovem que pede "um corte ligeiro, só aparar pois é para deixar crescer" e a camaradagem reina ao o som das engrenagens da máquina de cortar a roçarem no pente dois. "Pronto, até estás mais leve. Assim é que é, à homem".

Hoje em dia arriscamo-nos a cortar o cabelo num centro comercial, sentados virados para a montra que dá para as caixas do supermercado, e com as mãos de uma bichona a roçarem-nos o couro cabeludo, não se cansando de repetir que o que ficava a matar era umas madeixas bem loucas. E que já agora devíamos mudar de shampô para um menos abrasivo, que respeite o couro cabeludo como um todo (ainda hoje estou para perceber o que é que os gajos querem dizer com isto). À mínima tentativa de conversa de macho (estilo, "aquela sua colega é bem jeitosa"), começa com um rol de choradilhos sobre a sua vida que está uma miséria, e que tem muito talento mas ninguém o compreende, e os doutores têm a mania que sabem muito mas não sabem nada.

Irra, deviam incluir no almanque Borda d’Água um compêndio de moradas de barbeiros à moda antiga, para salvar os incautos citadinos. Rapaziada, mandem as moradas de barbeiros que conhecem para colocarmos nós próprios essa lista aqui na Fátima.

sexta-feira, 24 de outubro de 2003

Não tenho por hábito citar outros blogs, para não dizermos todos o mesmo, mas esta entrada no Abrupto é irresistível para mim, retratando a vida parlamentar complexa de um Eurodeputado e as decisões importantes que são tomadas no grandioso hemicíclo do Parlamento Europeu:

Numa reunião sobre o multilinguismo e o multiculturalismo, duas palavras quentes em vésperas do alargamento, discutiu-se a sinalética como alternativa a ter cartazes do tamanho de uma parede com inscrições em duas dezenas de línguas para tudo. Houve, no entanto, reservas quanto à sinalética para identificar os quartos de banho das senhoras e dos cavalheiros porque a distinção saias-calças parece ser entendida como confusa e sexista. Como acho que não me elegeram para discutir a sinalética dos quartos de banho, propus a representação estilizada, em nome dos bons costumes, dos órgãos sexuais masculinos e femininos para identificar as portas. Sem sucesso. Parece que também não é inequívoco.

É assim mesmo amigo Pacheco!

Uma dúvida - os desenhos estilizados dos órgãos sexuais saíram do seu próprio punho?

quinta-feira, 23 de outubro de 2003

Cromos do trabalho

Na senda do belga das meias larilas e de relógio "capitão Haddock", lembro-me de uma figura marcante com quem trabalhei e de que divulgo apenas as 4 primeiras letras do sobrenome, pondo um x nas 3 restantes: Carpxxx.

Ora o amigo Carpxxx tresandava. Mas tresandava de tal maneira que a sua presença era detectada a 3 metros, pelo odor. Sem qualquer exagero!! A menos de 2 metros era insuportável.
As suas camisas - conheci-lhe umas 5 camisas ao longo de 4 meses - serviam para toda a semana. À 6ª feira já se notava alguma rigidez no tecido, tal era o acumulado de sovaqueira e suor em geral que o homem destilava durante toda a semana.

Quando atravessava o corredor, deixava uma assinatura de odor tão forte que era possível saber, 10 a 15 minutos depois, que Carpxxx lá tinha passado.

Sei que parecem exageros vindos de quem costuma escrever com doses fortes de nonsense. Não, meus amigos. Não há ponta de nonsense nem de exagero - a realidade era dura.

quarta-feira, 22 de outubro de 2003

A importância de bem vestir

Novo colega no trabalho. Para funções extremamente delicadas, era imperativo que as primeiras impressões causadas por este novo colega fossem das melhores, deixando antever confiança, coerência, um alto grau de autonomia, uma boa dose de "desenrascanço" e um carisma ao seu mais alto nível.

Eis que ele chega. De fato preto completo, com um colete preto, uma camisa bordeaux escura e uma gravata ainda mais escura (estamos no norte da europa, onde algo fora do normal (fato cinzento escuro com camisa azul clara e gravata azul escura) é permitido). Até agora tudo bem, a impressão não foi das piores. Ao esticar o braço, deparamo-nos com um relógio com a cara do Capitão Hadock (o companheiro das aventuras de Tintim). Bem, como o colega é belga achamos que tem uma devoção fanática por Hergé, pelo que o facto até passa por pitoresco.

Convidamo-lo a sentar, e no momento em que o faz, as suas calças sobem uma mão e meia acima do nível dos tornozelos e exibem as meias brancas do Snoopy.

Quer-se dizer... meia branca com fato preto (vulgo "pé de gesso") já é mau, mas com o snoopy ainda é pior. Como é que é possível levar este gajo a sério? Se ainda fosse uma das personagens do famoso Milo Manara (famoso autor de BD erótica), talvez ainda passasse mas, com o Snoopy??

Hoje as meias são do Garfield, mas o tom cinzento já as fazem passar despercebidas. Amanhã, quem sabe, talvez traga umas meias do Astérix (o que duvido, pois fiquei a saber que os belgas não vão lá muito com a cara do Uderzo) ou do Mickey. Eu que sou fã do sistema de comprar os 20 pares de meia pretas (como referido pelo Blitzkrieg num post anterior) devido ao reduzido esforço a emparceirá-las, minimizando ainda a perda quando uma meia desaparece, nem quero imaginar o pesadelo semanal deste colega, tentando emparceirar o Snoopy com Garfield e o Bart Simpson com o Donald, criando o maior forrobódó jamais visto no universo da BD.

segunda-feira, 20 de outubro de 2003

a verdade sobre as escutas

A propósito do último post aqui da Fátima, pego também eu no tema das polémicas declarações que terão sido feitas por Ferro Rodrigues ao telemóvel, em que o líder do PS terá dito "Estou-me cagando para o segredo de justiça".

Após profundas investigações, a Fátima está em condições de afirmar que afinal o que se passou não foi exactamente o que a Comunicação Social noticiou. Através dos nossos contactos com o DILDO (Departamento de Investigação a Líderes e Dirigentes Organizativos, responsável pelas escutas telefónicas), ficámos a saber que a imprensa recebeu apenas a primeira versão do Relatório da Polícia. De facto, numa segunda audição às escutas, o DILDO concluiu que em vez de «estou-me cagando para o segredo de justiça!», Ferro Rodrigues teria dito «estou-me babando por uma sandes de linguiça!».

Ainda assim, não terá sido essa a versão final do relatório - após algumas dúvidas do director do DILDO (que terá afirmado "o DILDO tem de ir a fundo nas coisas! a fundo e à bruta se for preciso!") foi feita nova análise às gravações que concluiu que aquilo que Ferro Rodrigues disse foi na realidade «estou adorando o Quarto Segredo, chiça!!»...

Caganças...

Firme e hirto como uma barra, Ferro disse: "Estou-me cagando para o segredo de Justiça".

Ora, o problema está em que um homem que fala ao telefone sobre Justiça enquanto está sentado na sanita não pode fazer esforços para controlar o que lhe sai da boca. Ele bem alertou que estava a fazer outras coisas... mas saiu-se mal.

Vá que ele dissesse: "Estou-me mijando para o segredo de Justiça". Podia estar junto a um poste, a uma árvore, ou mesmo - quiçá - num urinol. Sempre era de Homem.

Se ao menos dissesse: "Estou-me defecando...", ou na vertente médico de província: "Estou a obrar..." mas não! Foi logo à bruta - cagando! Espero que lhe tenham doido as hemorróidas.

Resta a Ferro um cargo de limpa-retretes?! Não é homem para isso, evidenciando no seu discurso que está do lado de quem as suja. Na verdade, demonstra ser uma pessoa humana - sempre imaginei que as personalidades públicas, como políticos e top models não se peidassem, não cagassem, e mijassem apenas o estritamente necessário. Obrigado por humanizares a profissão, Ferro.

Se entretanto já lavaste as mãos, vai daqui um abraço.

quinta-feira, 16 de outubro de 2003

Morre, spam d'um cabrão, morre!

Quantos de nós não têm as caixas de correio cheias de lixo indesejado? Quantos de nós não as querem limpas de mensagens inúteis? Quantos de nós conseguiram?

Os que respoderam "Eu consegui... tu não?!" façam favor de dizer como nos comments deste post.

Estou farto de gajos a quererem vender-me viagra, seguros baratos, medicamentos baratos, tractores, operações de esticanço do pénis, crédito bancário a boas taxas, e a tentarem convencer-me que "a Nancy me viu ontem na rua e quer encontrar-se comigo".

As Nancy deste mundo que metam o spam delas por onde doi mais.

Por momentos pensei que havia uma ligação nisto tudo - uma forte teoria da conspiração... alquém a querer dar-me crédito bancário, para eu pagar a operação de esticanço do pénis, em relação à qual faria um seguro, e ainda precisaria de uns trocos para comprar viagra porque com o novo tamanho XXL do mangalho, aquilo só se levantaria com viagra ou com vento de feição.

Concluí então que seria o sector bancário quem estaria por detrás do spam deste mundo. Até que me lembrei - e os tractores? Também me tentaram vender tractores! Pois. Não devem ter sido os bancos...

quarta-feira, 15 de outubro de 2003

A vida de Jesus, o Político

Parte IV e última – O marketing da ressurreição

(ver Parte III – Eleições em Jerusalém, 2 posts abaixo)

Jesus está morto. A agonia da cruz foi breve e o corpo foi transportado para a câmara tumular. Mesmo perdendo as eleições, foi notícia de primeira pedra no “Jerusalém Hoje”.

Os apóstolos reúnem de emergência. Os cargos de vereação em Jerusalém esfumaram-se e há que definir o futuro.
Concluem rapidamente que, com o líder morto, sobra-lhes o mito. Resta fazer o melhor aproveitamento possível da marca “Jesus”. Depois de alargada discussão decidem que a imagem mais marcante para venda será a de Jesus na cruz. Têm apenas um problema – precisam de fazer uma imagem do dito e nenhum deles sabe desenhar. Num ápice, surge o plano…

Deslocam-se à câmara tumular, para embrulhar o corpo em 2 lençóis e, através de uma técnica entretanto perdida, passar a imagem de Cristo para os lençóis. Seria o suficiente para escultores e pintores produzirem as imagens pretendidas. Encontram o corpo com um ar sereno e repousado, apesar do trauma da crucificação.

- E uma escanhoada? – pergunta João.
- Pá, não há tempo, vai com barba e tudo – diz Simão. Passa os lençóis.
- Os lençóis! – repete o apóstolo Pedro - ninguém sabe dos lençóis?

Tinham-se esquecido! Tanto esforço em risco! De repente, todos sorriem e olham para o turbante de Simão…

- Pá, esqueçam. É um turbante novinho. 4 metros de linho puro, com alfinete de madre-pérola para não se desenrolar na cabeça. O meu turbante não vai servir de sudário!

Cercam Simão e tiram-lhe o turbante da cabeça. João ainda perde 2 dentes depois de sugerir que deviam catar Simão para garantir que o turbante não tinha piolhos que pudessem estragar a imagem.

Embrulham Jesus e fogem com o corpo. Deixam uma mensagem, para enganar a família do morto – “Meus amigos, ressuscitei, tive sede, e saí para beber água. Não sei se volto…”

O apóstolo Pedro foi eleito presidente do partido – o chamado Papa – mas nunca conseguiu resultados eleitorais dignos de referência. As imagens de Jesus na cruz foram um êxito duradouro, vendendo-se que nem pãezinhos quentes. Sobre as imagens, e até ao fim da sua vida, João repetiu – devíamos ter-lhe feito a barba…

segunda-feira, 13 de outubro de 2003

A vida de Jesus, o Político

Parte III – eleições em Jerusalém

(ver Parte II – a campanha eleitoral, 2 posts abaixo)


Os apóstolos fazem uma sondagem e descobrem o erro estratégico da campanha – o povo do campo não vem votar para a Câmara de Jerusalém e Jesus não fez campanha na cidade. Está arrumado, com menos de 5% de intenções de voto.

Em desespero, fala com Pilatos para cancelar as eleições, porque sabe que quem perder tem como destino o espetanço numa cruz. Num acto humilhante, Jesus chora baba e ranho às mãos de Pilatos, implorando. Pilatos, com as mãos cheias de nhanha de Jesus, diz que vai lavar as mãos e pisga-se, num acto que ficou para a História.

Jesus ainda tenta fugir e por uma noite anda desaparecido. A guarda de Pilatos procura-o, e encontra Judas. Este, por 30 dinheiros, denuncia Jesus, vingando-se da dívida da fase de campanha. O apóstolo Simão assiste escondido, e assim que a guarda se vai embora, dá uma traulitada em Judas e enforca-o. Sem indícios, a polícia local encerrou o caso de Judas como suicídio.

Chega o dia das eleições. A populaça junta-se na praça e vota de braços no ar, aos urros. Face o método de votação, Jesus é hoje considerado como o primeiro comunista. Na confusão geral, Barrabás é dado como eleito, e Jesus acaba na cruz. Um desastre de estratégia de campanha deitou por terra as expectativas construídas ao longo de anos.

Próximo post, que vai ser realmente o último: a ressurreição!

sexta-feira, 10 de outubro de 2003

E o oscar vai para...

Ah, eis que se confirmou o que já era dado como certo há algum tempo: Arnold Schwarzenegger vai para governador da California.

A minha ideia com esta mensagem não é comentar esta vitória, mas sim o que os portugueses podem aprender com todo este processo. Temos que admitir, os americanos são estranhos, metem estrelas de cinema no poder, e ainda assim são podres de ricos, enquanto que aqui a rapaziada portuga não tem dinheiro sequer para pagar mais helicópteros para levar a passear todas as funcionárias das cantinas das escolas deste nosso país.

Bom, mas lamentações à parte, acho que a malta devia aprender com os americanos e mudar o nosso sistema. Mas como não estou a ver nenhum actor português a dar em político, acho que mais vale converter os nossos políticos em grandes estrelas de Hollywood. Desta forma, sugiro o nosso Durão Barroso para a próxima película "Conan Barroso, o herói da Ciméria", Jorge Sampaio em "Sampabe, um porquinho na cidade" e Santana Lopes em "Signs" (e agarrando num post anterior, alguém iria traduzir este título em português como "Sinais no Marquês. O túnel para breve porque a Câmara trabalha para si").

E mais, sugiro ainda o Guterres para a película "El Mariachi" (o gajo é bom a dar música), sugiro o Carlos Carvalhas para um qualquer filme francês (a sério, um qualquer, o fulano enquadra-se bem) e a nossa caríssima Odete "Sá" no "Fantasma da Ópera" (ainda estou indeciso se será para o papel de Erik ou da Christine Daée). Já agora, que tal o Marcelo Rebelo de Sousa e o Marques Mendes para o "Gémeos"?

quinta-feira, 9 de outubro de 2003

A vida de Jesus o Político (Parte II)

Parte II – a campanha eleitoral

(ver Parte I – O nascimento, 3 posts abaixo)

Jesus cresceu na carpintaria do pai José, mas o bichinho da política cresceu com ele.

Antes dos 30 anos decide concorrer à Câmara de Jerusalém e inicia uma campanha eleitoral pela Galileia. Reúne uma comissão eleitoral, a que chama apóstolos e juntos fazem a ronda das feiras e terriolas da região, para conquistar o eleitorado rural.

Ficou famoso o comício do Monte, conhecido por sermão do monte. Num estado de enbriaguês eleitoral, Jesus terá mesmo feito um sermão aos peixes…

No entanto, a campanha começa a perder ritmo, e com as sondagem desfavoráveis, Jesus reúne os apóstolos para obter ideias de campanha. Judas lembra-se de um primo seu, chamado Lázaro, que tinha um grande número de homem-estátua. Rapidamente se propõe que Lázaro passe por morto durante 2 dias e Jesus simula um milagre de grande efeito - a ressurreição de Lázaro. A campanha retoma fôlego!
Entretanto, Judas paga a Lázaro os 30 dinheiros do contrato, mas Jesus alega falta de fundos de campanha e não paga a Judas. Judas morde-se de raiva e promete vingança…
Preparam outro milagre, patrocinado pela Padaria Pão Santo, em que simularam a multiplicação dos pães – a populaça aplaudiu e passou a seguir Jesus na esperança de mais pão à borla, que nunca veio…

Jesus chega às portas de Jerusalém, triunfante, com uma grande base de apoio e inscreve-se para disputar a primeira volta contra Barrabás.

Não percam o próximo e último post da série: as eleições em Jerusalém!

quarta-feira, 8 de outubro de 2003

Escritos de casa de banho

Na porta, do lado de dentro: É favor sincronizar a descarga de gases com a descarga do autoclismo para minimizar a poluição sonora

segunda-feira, 6 de outubro de 2003

A vida sexual das galinhas

No interior do país - o país rural, o verdadeiro, o genuíno, o puro - descobri que há quem encomende, no talho ou mercearia local, galinhas virgens, por achar que o sabor da carne é melhor.

Isso mesmo - galinhas virgens.

Sobejamente conhecido o debate sobre o porco capado vs. não capado, eis que surge agora um novo expoente de discussão gastronómica - a penetração afecta o sabor da galinha? E como?!

Aguardo comments que expliquem isto ou que tragam à baila outras picuinhices gastronómicas similares.

sexta-feira, 3 de outubro de 2003

A vida de Jesus, o Político (parte I)

Uma história biblicamente nonsense!

Parte I - O nascimento

Maria estava grávida. Para José, o carpinteiro, tudo veio como uma surpresa, já que não lhe dava uma trancada desde há um ano.

- Então quem foi?
- O Espírito Santo.
- Quem?! O José Espírito Santo, o gajo do Banco da Palestina?
- Não, não – disse Maria trémula – um espírito mesmo, do Céu.
- Mau Maria mau Maria, com a verdade m’enganas!

Ela bem sabia que o encornara. O José Espírito Santo tinha sido a sua paixão desde criança. Filho de famílias ilustres (que viriam a emigrar para Portugal, onde abririam um Banco de renome…), era um garanhão, que numa tarde de aventuras, depois do Banco fechar às 3, a engravidou.

José, o carpinteiro, teve dificuldade em acreditar na história do espírito do Céu mas lá engoliu. Antes isso do que ficar com fama de cornudo. Enfim, era corno, mas para os vizinhos sempre era um corno celestial…

Quando Jesus nasceu, vieram 3 reis magos com prendas.

Belchior deu ouro e disse: Mas que linda criança!
Baltazar deu mirra e disse: Mas que criatura adorável!
Gaspar deu incenso e disse: Mas que pivo. Mudem-lhe a fralda ou queimem já o incenso!
E José, o carpinteiro, disse: Mas que raio… é a cara chapada do Zé do Banco! Oh Maria…

quinta-feira, 2 de outubro de 2003

Ratas Nuas

Queria louvar o nosso leitor que chegou à Fátima graças a uma busca no google por "ratas nuas" . Deste modo, e a título de boas vindas, recomendo a este leitor as seguintes publicações:

- Hamstler -versão rata da revista "Hustler";
- Playmouse - Hugh Heffner no seu melhor, a esplorar a sensualidade das mais belas ratazanas. Nas páginas centrais deste número é possível encontrar o poster da Rata Minnie em todo o seu explendor sexual numa pose bem quente;
- Disney Especial - Páginas e páginas de quadradinhos a exibirem Mickey em tronco nu e Minnie de mini-saia, a revelar as suas excitantes cuecas de rendas;
- "Bestialismo entre ratos e gatos" - Um livro de contos eróticos, escrito por Jerry, o rato da famosa dupla Tom & Jerry, que revela aqui a louca vida dos bastidores dos desenhos animados.

quarta-feira, 1 de outubro de 2003

Adeus, ó terra...

Muitos de nós já passaram pela experiência de estar fora do seu país natal por algum período de tempo. Muita gente que sai regularmente de Portugal por motivos de estudo, emprego ou simplesmente por fuga à polícia judiciária, sabe que há coisas às quais se dá um valor especial e que até então nunca se tinha apercebido delas. Vejamos algumas coisas pelas quais podemos passar:

- Acharmos que a RTPi é um canal de culto, no qual mamamos todas as telenovelas, debates e concursos deslavados. Quando comentamos com os nossos amigos o desenrolar da novela das oito, é normal que nos comecem a olhar de um modo estranho;
- Acharmos que somos os perfeitos connoisseurs de vinhaça, mesmo que só estejamos habituados a beber a pinga da Cooperativa Agrícola de Pedralhos. Qualquer vinho Francês de topo é alvo de duras críticas, ou então marcha de um golo só que macho que é macho não anda cá a cheirar e a abanar o nectar dos deuses;
- Conhecermos de cor os aviões da TAP e as suas tripulações. Frequentemente sentimos uma vontade quase irrepreensível de esbofetearmos o comandante com um arenque seco, devido à péssima prestação na viragem efectuada por cima do aeroporto da Portela;
- Conhecermos de cor e salteado todas as mensagens erro que a nossa rede móvel nacional pode dar quando estamos a operar a partir do estrangeiro. Tipicamente estes erros ocorrem quando estamos à rasca para reservar o bilhete para o próximo vôo;
- Orgulharmo-nos por conseguir colocar dentro de uma mala minúscula toda a roupa que precisamos mais os objectos básicos para a nossa vida (CDs, livros, revistas, mini-garrafinhas de martini surrupiadas dos mini-bares dos hotéis);
- Manter 40 minutos como record pessoal, para o tempo de saída de casa antes do vôo;
- Chegarmos a Portugal e acharmos que a maneira que os nossos taxistas conduzem é que é a correcta;
- Experimentarmos os pratos rafinés do país estrangeiro, acharmos que sabem a bosta de cágado marinada com minhocas gratinadas, e choramos pelo bitoque da tasca ao pé de casa que tantas vezes dissemos mal;
- Habituarmo-nos aos costumes estrangeiros. Por exemplo, as saudações das Suiças são 3 beijinhos (na face, pois claro) e a das inglesas é um passou-bem. Não confundam os processos de saudação, correndo o risco de serem chamados de panascas pelas Suiças e de tarados pelas inglesas…. (hummmmm… neste último caso se calhar não se irão arrepender do engano).