quarta-feira, 31 de dezembro de 2003

Balanço do ano - 2003

Chegamos ao fim de 2003 com 5 meses de posts, mais de 7500 visitas, uns 15 blogs que nos linkaram (obrigado a todos) e um certo gozo e orgulho pela obra feita.

Para 2004 desejamos neste blog:

- Actualizar a secção de links, que está morta desde o 1º dia;
- Aguentar o ritmo dos posts diários;
- Aumentar o nonsense, gozando com tudo e todos;
- Editar um livro (talvez uma compilação das Ginas do Spade...)
- Arranjar amantes (candidatas, deixem o vosso contacto nos comments...)
- Enriquecer (aceitam-se donativos - indiquem o v/ nº de cartão de crédito nos comments)
- Emagrecer 5 kgs (ver "arranjar amantes")

E deve chegar...

1 comentário:

Anónimo disse...

99 e além
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC


O senhor de chapéu e óculos escuros da foto ao lado fará 99 anos em dezembro próximo, em plena atividade profissional e planejando futuros trabalhos. Manoel de Oliveira, português do Porto, é o mais idoso diretor de cinema em atividade e deve concluir em junho o filme Cristóvão Colombo – O Enigma. Estará em Nova York nas próximas semanas para rodar cenas desta história baseada no livro lançado em Portugal O Mistério de Colombo Revelado, de Manoel da Silva Rosa e Eric Steele. Os autores afirmam que o genovês que descobriu a América para a Espanha era português a serviço secreto da Corte de Lisboa.

Sexta-feira, Oliveira estava com projeto novo antes de concluir o último, mantendo a média de dois filmes por ano, desde que começou a filmar em 1931, quando estreou praticamente junto com a definição de cinema como linguagem narrativa. Singularidades de uma Rapariga Loura é o novo trabalho, baseado em conto homônimo de Eça de Queiroz.

Oliveira assinou acordo de financiamento no valor de 700 mil euros com a RTP (Rádio e Televisão de Portugal) para finalizar Cristóvão Colombo e iniciar Singularidades. Facilitar ao cineasta a obtenção de recursos era o meio que o Ministério da Cultura português encontrou para Oliveira não se submeter aos trâmites burocráticos para conseguir verba.

A assinatura deste acordo entre a RTP, o ministério, as empresas cinematográficas Lusomundo e Tóbis, e o próprio Oliveira é a pedra fundamental das comemorações do centenário do diretor em 2008. Apostam, pois, na vitalidade do cineasta que tem gozado de boa saúde física e artística.

Oliveira não é, diga-se, um campeão de bilheteria, nem em seu próprio país. É de se respeitar, porém, sua longevidade, e especialmente suas escolhas estéticas, que singularizam sua obra. Está revisando o passado histórico português, ao mesmo tempo em que revisita os males da civilização ocidental. Neste caso, ele tem os filmes Espelho Mágico (2005) e Um Filme Falado (2003). O primeiro discute a fé num universo permeado pela razão; o segundo, abrange o ocidente em seu rumo destrutivo.

Sobre o passado português, Oliveira fez O Quinto Império – Ontem Como Hoje (2004), no qual visita a lenda do futuro retorno como libertador dos povos do rei Dom Sebastião, desaparecido em batalha em 1578. O termo “quinto império” foi cunhado pelo padre Antonio Vieira (1608-1697) no século XVII para designar Portugal, que seria o quinto império global da história, depois dos romanos. Claro, bem antes do império norte-americano. Fernando Pessoa também escreveu sobre o “quinto império” em Mensagem.
De volta ao passado, o filme sobre Cristóvão Colombo, ou Colon, deve cutucar brios lusitanos e espanhóis. Oliveira demonstra que tem ainda fôlego para questionar a história e chacoalhar espíritos.